A colheita da soja no Vale do Rio Pardo já chega a cerca de 30% da área plantada, conforme as estimativas da Emater/RS-Ascar. Segundo a instituição, a maioria das lavouras já se encaminha para o estágio de maturação de colheita e devem estar prontas nos próximos dias. Enquanto isso, os trabalhos avançam para extrair a maior quantidade possível de grãos antes que a chuva prevista para o fim da semana chegue.
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Conforme o extensionista rural e engenheiro agrônomo Josemar Parise, a produtividade varia muito entre municípios e até mesmo localidades. “Onde houve maiores acumulados de chuvas há produtor colhendo 60, até 70 sacas por hectare, enquanto outros, onde a estiagem predominou, não conseguem obter dez sacas.” Ainda assim, a média registrada até o momento está alinhada com a previsão feita pela instituição, cerca de 35 sacas por hectare. “É ano de La Niña e a chuva mal distribuída causa essa disparidade nas lavouras.”
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Observa ainda que o clima tem colaborado, mas muitos produtores optaram por aplicar dessecantes para uniformizar os estágios das plantas. “É claro que o grão das vagens verdes fica com menos peso e terá qualidade inferior”, acrescenta. Para ele, o principal problema da safra atual são os custos de plantio, que ocorreu em uma época de alta no preço dos insumos. “A margem tende a ser muito estreita, com exceção daqueles que obtiveram produtividade acima de 40 sacas por hectare”, afirma.
Ao comentar sobre as chuvas, Parise diz que se elas tivessem ocorrido no mês de janeiro, os prejuízos teriam sido muito menores, mas as precipitações com volumes significativos só chegaram em meados de fevereiro. “Além disso, tivemos o problema das altas temperaturas. Com menos de 25% de umidade relativa do ar, mesmo que tenha umidade na raiz, a planta não tem atividade fisiológica”, explica. Com isso, houve queda precoce das flores e o desempenho dos vegetais reduziu drasticamente, ainda que a estatura seja normal.
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Esses impactos são sentidos pelo produtor Mauro Hoffmann, de Linha Áustria, no interior de Santa Cruz. Ele ressalta que os insumos caros foram o primeiro transtorno, mas o principal é mesmo a estiagem. “Nós já viemos de anos com escassez de água, mas igual 2023 eu ainda não tinha visto.” Ele atua no cultivo da soja desde 2014. Não fosse tudo isso dor de cabeça suficiente, ainda há mais na hora da comercialização.
O preço da saca de 60 quilos, que manteve uma média de R$ 180,00 ao longo de 2022, caiu cerca de 20% e hoje está em R$ 144,00. Com uma produtividade média de 25 sacas por hectare, muito abaixo da expectativa, ele diz que o jeito vai ser reduzir as despesas para o próximo ciclo.
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