A comercialização do tabaco da safra 2019/20 encaminha-se para a sua reta final, com menos de 25% do produto ainda por ser entregue às indústrias. Conforme acompanhamento realizado pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), até a última sexta-feira, 5, os produtores dos três estados da região Sul do País já haviam negociado 76% de sua produção junto às empresas às quais estão integrados, totalizando um volume de 491.868 toneladas, sendo que a estimativa de volume total para a temporada é de 646.991 toneladas, de acordo com o presidente da entidade, Benício Albano Werner.
Na safra anterior, nessa data já havia sido comercializada 82% da produção, totalizando 568.164 toneladas, mas, como lembra Werner, com estimativa inicial também maior, de 691.613 toneladas. “Em torno do mesmo período da safra passada para essa, comercializamos 8% a menos”, refere. Essa variação deve-se em grande parte, neste ano, à interferência causada no ritmo normal de compra pela pandemia do coronavírus. Werner ainda alerta que o volume final do ciclo 2018/19 ficou em 664.355 toneladas, mas que, para fins de comparação entre o ritmo de comercialização nas duas temporadas, é necessário levar em conta as estimativas das duas safras, e não a produção final comparada com a estimativa.
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Mesmo com a comercialização já bastante adiantada, e avançando para os 20% finais do volume da safra, Werner diz ainda ser bastante difícil estimar o desempenho real de produção. “O excesso de chuva, que é o maior causador de quebra na produtividade, ocorreu principalmente na região baixa do Vale do Rio Pardo, onde o plantio ocorre mais cedo, e só mesmo o litoral catarinense planta ainda antes. Assim, nossa região foi uma das que mais sofreu com um excesso de chuva, e, consequentemente, teve a maior quebra”, observa.
As regiões que plantaram a partir de 20 de setembro, e até o final de outubro, não sofreram tanto com excesso de chuva, mas tiveram interferência na qualidade por causa da estiagem ao longo do verão. “Excesso de chuva causa mais quebra de produtividade, mas não de qualidade”, frisa. “E a estiagem causa mais quebra de qualidade, e não tanto de produtividade, principalmente se o tabaco já foi despontado. Então, podemos falar numa projeção de estimativa, porque as chuvas aconteceram muito localizadas, com períodos mais espaçados, e, por isso, poucos produtores receberam chuva, e no caso dos que receberam, o tabaco até desenvolveu peso, mas não qualidade”.
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Em sua avaliação, até o momento, na região do Vale do Rio Pardo, o entorno de Santa Cruz do Sul, a média de quebra pode atingir até 20%. Já na média do Rio Grande do Sul a quebra pode atingir até 5%, enquanto a média de quebra no todo da região Sul do Brasil pode chegar a até 2%.
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ÁREA DO NOVO CICLO PODE RECUAR 5%
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Já em relação ao novo ciclo, cujo plantio começa aos poucos em algumas regiões dos três estados, Benício Albano Werner explica que ainda é muito prematuro falar de estimativa de produção, uma vez que ainda não há informações certas ou confiáveis sobre clima, sempre o aspecto que mais interfere ou influencia em termos de produtividade das lavouras e, por extensão, sobre o volume.
O presidente da Afubra lembra que a safra 2019/20 registrou cultivo em 290.397 hectares na região Sul. Conforme ele, informações levantadas pela entidade em 2.149 pesquisas realizadas junto a produtores dão conta de uma possível redução de 5% na área, em média, o que sinalizaria para uma perspectiva de plantio de 275.877 hectares na nova temporada.
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