Enquanto parte dos produtores de tabaco ainda finaliza a comercialização da safra 2021/22, e outros tantos iniciam os preparativos para a nova temporada de verão, já há quem, na região, e em pleno outono, esteja envolvido com o plantio. É o caso da família de Aceoli Moacir Rodrigues da Rosa, 45 anos (completados nessa quarta-feira, 18) de Faxinal dos Porto, no interior de Candelária, quase na divisa com Novo Cabrais.
Na terça-feira, 17, ele, a esposa Ivania, 41, e os filhos Gabriel, 24, e Gabriela, 20, com a ajuda de alguns vizinhos, enfrentaram o frio e o vento para plantar cerca de 30 a 32 mil pés do total de 43 mil pés de tabaco que decidiram implantar em período de inverno. E só interromperam a tarefa no dia porque justamente o frio e o vento ficaram fortes demais. Com isso, a expectativa é concluir essa operação nesta quinta-feira, se o tempo permitir.
A decisão de Aceoli e da família não é imprudente nem mal planejada. Leva em conta o histórico recente na localidade, ao sopé do Botucaraí, já na planície em direção a Novo Cabrais, onde muitas famílias experimentaram um plantio de tabaco no inverno, graças às condições específicas do microclima na região, e as plantações renderam mais e melhor até do que as do período normal, no segundo semestre. “Foi reparando em outras lavouras, nos anos anteriores, que nós também decidimos plantar nessa época, agora”, comentou Aceoli, por telefone. Obteve sementes de uma variedade em Camaquã, no Sul do Estado, e fez a semeadura no começo de abril. Beneficiadas pelo clima ameno da época, as mudas vieram muito rápidas, e fortes.
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Conforme Aceoli, a empresa para a qual planta, como integrado, foi informada de sua decisão de plantar “no inverno” e inclusive apoiou a sua iniciativa. “Disseram que eu é que devia saber.” Pelo que observou de outras plantações da região (e neste ano vários outros produtores adotaram a mesma estratégia), as condições específicas dessa época fazem com que o ciclo do tabaco avance mais lento, devendo se estender por seis a sete meses. Com isso, deve começar a colher em agosto e finalizar em novembro. “Costuma render folhas mais finas, leves, mas de boa qualidade, bem dentro do que muitas fumageiras têm procurado nos últimos anos”, observa.
Em seu planejamento, pretende plantar outros 32 mil pés na época normal, no segundo semestre. Ontem, no intervalo entre o plantio de terça e a retomada hoje, estava envolvido justamente na semeadura para o cultivo do ciclo de verão. Nesse caso, deve plantar ao final de agosto, iniciando a retirada do baixeiro na mesma época em que finalizará a colheita do tabaco de inverno. “É uma experiência”, admite. “Se der certo, deu. Se não, fica por nossa conta e risco.”
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A implantação da lavoura atual é custeada com recursos próprios, e mira ainda os planos de diversificação: tão logo termine de colher nessa área, de cerca de três hectares, vai aproveitar para semear soja no verão. Também pela primeira vez, projeta semear por conta própria em torno de 14 hectares com a oleaginosa, do total de 30 hectares de terra que possui, em duas áreas. “Ou seja, a ideia de plantar uma parte do tabaco agora, no inverno, tem a ver com nossa intenção de ocupar parcela da área com soja na resteva, no verão”, informa. Decidido que está, nem vento, nem frio, nem ciclone o desviam da meta.
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