Após a confirmação de um foco de influenza aviária de alta patogenicidade, a H5N1, em aves silvestres numa propriedade de Rio Pardo, os trabalhos de fiscalização e prevenção contra a doença foram intensificados. A amostra havia sido recolhida em 8 de fevereiro, e o laudo confirmando a infecção foi emitido pelo laboratório de referência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no domingo.
O diretor adjunto do Departamento de Defesa Animal da Secretaria Estadual da Agricultura, Francisco Lopes, explicou nessa quinta-feira, 15, em entrevista ao programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9, que as equipes de vigilância que trabalham em Rio Pardo, na área onde o foco de gripe aviária foi localizado, executam o procedimento descrito no manual do Ministério da Agricultura.
Os técnicos visitam todas as propriedades rurais em um raio de 10 quilômetros do ponto onde apareceram as aves mortas. Eles verificam com os agricultores se viram alguma ave silvestre doente, ou se as domésticas tiveram comportamento anormal ou houve mortalidade.
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A ideia, conforme Lopes, é conferir se foi apenas um foco isolado ou se há alguma disseminação maior para haver a análise da ocorrência na região. “Se forem encontrados novos casos e em aves diferentes do maçarico, então se consideram novos focos para traçar outros raios”, explica.
A preocupação do serviço de veterinária é com o risco de contaminação pelo contato de aves domésticas com as silvestres doentes, com possibilidade de disseminação do vírus. Por isso, ele pede aos produtores rurais que mantenham seus animais presos para diminuir essa possibilidade e notifiquem a Inspetoria Veterinária o quanto antes, se virem qualquer anormalidade.
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Lopes observa que o vírus está disseminado mundialmente e chegou à América do Sul no final de 2022, primeiro pela costa do Oceano Pacífico. Até o momento, não foi constatado foco em aves domésticas nem em comerciais. Embora no final do ano passado houvesse casos com lobos marinhos na costa do Rio Grande do Sul por uma mutação do vírus, não existe registro de ocorrência em seres humanos em todo o mundo.
Os principais sinais nos animais, além de fraqueza, são neorológicos, com dificuldade de locomoção. Por se tratar de uma zoonose, o risco maior é do contato com aves mortas ou doentes. Dessa forma, o diretor adjunto reforça a importância de os pequenos produtores encerrarem os seus animais domésticos, para que haja a menor possibilidade de contato com aves silvestres.
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A professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Michelle Berselli, também em entrevista nesta semana ao programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9, destacou que a gripe aviária existe no mundo há mais de cem anos.
Embora a variante possa causar alta mortalidade, o risco de atingir aves comerciais é remoto, pois a criação obedece a sérias normas de biosseguridade, como restrição de circulação de pessoas, de veículos, monitoramento de armazenagem, de ração e da água.
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Michelle informou que há um serviço de sanitização e desinfecção de veículos nas granjas comerciais. “Além disso, as granjas já são construídas para evitar qualquer contato com aves de fora, e assim são minimizado os riscos.” Ainda segundo ela, quando começaram a ocorrer focos nos países vizinhos do Brasil, houve aumento nas restrições no Estado para evitar a possibilidade de transmissão às aves domésticas.
Diante dos cuidados sanitários, a professora tranquiliza a população, que pode seguir comendo carne de frango e ovos, pois não há casos de notificações em aves comerciais.
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