A colheita de soja começou no Vale do Rio Pardo. O volume de produtores ainda é tímido, mas alguns já alcançaram um nível de umidade abaixo dos 15%, ideal para evitar perdas na lavoura com o movimento do maquinário. As plantações mais precoces conseguiram se desenvolver melhor e terão médias mais significativas do que os cultivares de ciclo mais longo, que sofreram mais com a falta de chuvas.
O produtor Heleno Diehl de Souza, de 41 anos, plantou 50 hectares em Linha Palmeira, interior de Candelária. Na tarde dessa segunda-feira, 29, ele carregava os primeiros grãos de soja para a armazenagem. A colheita vai durar dez dias. Com um período de estiagem durante o desenvolvimento das plantas, a produtividade deve ficar em 55 sacos por hectare.
Ele parou com a fumicultura pela questão da mão de obra e mantém uma loja agropecuária juntamente com outros dois sócios. “Espero uma renda maior do que no ano passado, quando a estiagem foi maior. É uma forma de investir para a safra seguinte”, comentou.
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Na Linha Pfeiffer, interior de Cerro Branco, o produtor Ivânio Pfeiffer, de 52 anos, ainda aguarda. Por enquanto, dedica-se à colheita de arroz. Para a soja, Ivânio espera uma produtividade de até 60 sacas por hectare. Ele optou pela cultura em 2005. “Neste ano, a seca pegou menos. Os insumos estão mais caros e temos muitos gastos com maquinário e combustível. Apesar do preço bom, vai sobrar pouca coisa,”
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o Brasil colheu 66,9% da área semeada de 38,6 milhões de hectares. No Rio Grande do Sul foram 11%, abaixo da média histórica de 24%. A área total deste ano é de 6 milhões de hectares. No ano passado, na mesma época, a colheita gaúcha somava 40% no total. Segundo levantamento da Emater/ RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira, o Estado pode colher 20,2 milhões de toneladas de soja e bater o recorde histórico de produção.
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Na área de abrangência da Emater/RS-Ascar de Soledade, a ocorrência de bons acumulados de chuva na última semana tranquilizou os sojicultores, porque a produção da maior parte da área cultivada está em maturação fisiológica. Até sexta-feira, 4% da área na região havia sido colhida. Uma lavoura inscrita no desafio de máxima produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), em Soledade, atingiu produtividade de 95 sacas. O preço continua na faixa de R$ 165,00 pela saca de 60 quilos.
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