Com a continuidade da crise no setor do leite e a retomada das importações do Uruguai, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS) vai promover amanhã duas mobilizações com produtores. Um dos protestos será realizado mo município de Teutônia e o outro em Palmeira das Missões, ambos com início previsto para as 9 horas. Da regional sindical do Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí da Fetag, deverão ser mobilizados três ônibus para levar a Teutônia agricultores que se dedicam à bovinocultura leiteira.
Um dos ônibus, com 42 lugares, está locado pela Secretaria da Agricultura de Santa Cruz do Sul e os outros dois pela regional sindical. Os Sindicatos dos Trabalhadores Agricultores Familiares estão inscrevendo os produtores que pretendem participar da manifestação. Dos três coletivos, dois sairão de Santa Cruz do Sul às 7 horas desta sexta-feira e um de Cachoeira do Sul, às 6 horas. A expectativa da Fetag é reunir 1.500 pessoas em cada ato de protesto.
O coordenador da regional Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, Renato Goerck, explica que uma das reivindicações que serão feitas é a abertura de negociações dos contratos dos produtores com as indústrias. A intenção é garantir que o agricultor saiba com antecedência quanto vai receber pelo leite, não somente no mês seguinte ao que entregou o produto. Além disso, uma outra reivindicação é assegurar o pagamento ao agricultor no quinto dia útil de cada mês.
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Preço pago continua baixo, diz Fetag
Em setembro, cerca de mil produtores de leite participaram de um protesto organizado pela Fetag em Jaguarão. Na ocasião, foi fechada a Ponte Internacional Barão de Mauá, divisa do Brasil com o Uruguai, por onde entra leite em pó do país vizinho. Após essa mobilização, as importações foram suspensas por 20 dias e depois voltaram a ocorrer em ritmo normal, segundo a Federação. Conforme o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, o preço pago ao produtor continua baixo, de R$ 0,84 a R$ 1,00, e este último valor contempla apenas os que têm grande produção e alta qualidade.
Silva lamenta que “quase nada tenha sido resolvido pelos governos estadual e federal”. Ressalta que houve anúncio de compras governamentais para enxugar o mercado, mas elas não foram efetivadas. Observa que são necessárias aquisições governamentais, a criação de cotas de importação do Uruguai ou a retirada do leite da pauta do Mercosul, além de as indústrias voltarem a valorizar o preço pago ao agricultor.
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“Não é possível manter a atividade com o produtor recebendo abaixo do custo de produção. Faremos duas manifestações pacíficas, mas, ao mesmo tempo, muito fortes para mostrar que o produtor está pedindo socorro.”
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