Agronegócio

Produtores da Bahia encaram safra de algodão com otimismo

O ciclo 2022/23 do algodão na Bahia, que é o segundo maior produtor nacional da fibra, mantém crescimento na área cultivada e deverá recuperar a normalmente boa produtividade estadual, afetada na temporada anterior pelo clima. Em fevereiro de 2023, Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da Associação dos Produtores de Algodão na Bahia (Abapa), afirmava que chegavam ao meio da safra “com o otimismo que nos move todos os dias” e que as lavouras baianas se encontravam “em excelente estado de desenvolvimento”, com possibilidade de alcançar 1.907 quilos em pluma por hectare, “o que é uma marca de produtividade muito boa”, e a expectativa era mantida em maio de 2023.

Na época, a entidade apresentava relatório sobre o andamento da safra no Estado, estimando uma área de 312.560,2 hectares, (77,7% em sequeiro e 22,3% com irrigação), acréscimo de 1,16% em relação à safra anterior. Em levantamento divulgado no início de maio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também projetava aumento no cultivo baiano (1,6%), como já ocorrera no ciclo anterior, e produtividade de 1.892 quilos por hectare de pluma. O organismo federal mencionava “abertura de novas áreas na região Oeste” e “expectativa de aumento da produtividade em relação à safra passada devido a condições de clima adequadas”.

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Ao se referir à boa produtividade projetada, o presidente da Abapa acentuou que “ela é, em grande parte, resultado da profissionalização do cotonicultor, que investe no melhor da tecnologia disponível para reduzir os riscos numa atividade que se desenvolve a céu aberto”. Bergamaschi definiu o “otimismo, numa safra que nos custou até quatro vezes mais para produzir” como “um sentimento que diz bastante sobre o caráter do cotonicultor brasileiro. Mesmo com os preços dos insumos altos, as incertezas de mercado e as instabilidades que ainda se impõem nesses tempos de pós-Covid, a Bahia incrementou sua área plantada”, disse, lembrando que o uso do fertilizante “é fundamental e incontornável”.

No relatório da Abapa em maio de 2023, com acompanhamento de 680 propriedades produtoras, a associação registrou que as chuvas nesta safra caíram desde o mês de setembro de 2022, tanto para a região Oeste quanto para a Sudoeste, com índice médio acumulado de 1.112,78 milímetros até o dia 15 de maio, e variação entre os núcleos de produção. Embora alguns núcleos sofressem com déficit em fevereiro e março, o cenário melhorou de forma significativa, com alguns núcleos acumulando acima de 1,3 mil e outros de 800 a 900 milímetros. Também não houve maiores problemas de doenças (apenas ramulária, com baixa severidade), nem de pragas (“sem níveis alarmantes, controladas com os manejos e intervenções químicas”).

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Fazendo o dever de casa

O levantamento foi apresentado pela equipe do Programa Fitossanitário da Abapa, coordenado por Antonio Carlos Araújo e com 10 colaboradores, que verificou também baixos índices de bicudo algodoeiro, principal praga da cultura, e consequentes menores aplicações de produtos. Assim, observou que “os produtores, junto com este programa, estão fazendo o dever de casa correto, e em consequência preservando o meio ambiente e a economia no Estado”. O próprio presidente da Abrapa, Luiz Carlos Bergamaschi, ainda destacou que “o trabalho da associação e a missão de cada produtor na busca diária pela sustentabilidade e qualidade no fornecimento da matéria-prima ao mundo”.

A Bahia tem a produção algodoeira concentrada no Oeste e Sudoeste do Estado. Conforme os dados do relatório de safra de maio de 2023, a região Oeste, com 11 municípios e maiores propriedades produtoras, responde por 97,84% do total da área cultivada. A Sudoeste é constituída de produtores menores, em 18 municípios, que inclusive recebem apoio da Abapa, como a doação de kits de irrigação complementar. Ao injetar tecnologia para mitigar o risco climático, pontuou o presidente, “tem contribuído para aumentar a produtividade na região, que já foi o grande polo cotonícola baiano. Hoje, detém 2% da produção estadual da pluma, mas é muito importante na manutenção da escala, que nos posiciona no segundo lugar do ranking nacional dos estados cotonicultores”, assinalou.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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Heloísa Corrêa

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