Quem vive da agricultura sabe que depender de apenas uma cultura para garantir o sustento é um risco muito alto de se correr. Pensando nessa linha, o produtor Alex Gawlinski, de Dom Feliciano, na região Centro-Sul, buscou há alguns anos diversificar as possibilidades de lucro. Após o incentivo inicial da Prefeitura, ele preparou a propriedade e investiu na viticultura, com uvas destinadas à produção de suco e vinho.
Nas terras do sogro, onde vive há 11 anos, Alex divide os 12 hectares entre os 70 mil pés de tabaco, a principal atividade, e a plantação de uvas. “Na época que começamos, o tabaco dava bastante retorno para nós, mas mesmo assim optamos pelas uvas para diversificar as culturas. Agora, vejo que aquilo que plantei há sete ou oito anos está ajudando nas despesas.” Ele garante que a viticultura compensa, não apenas no aspecto financeiro, mas também no fato de exigir muito menos manejo do que o tabaco, por exemplo.
Ao analisar a dedicação que a uva exige, Alex evidencia a diferença em relação a outras culturas. “O trabalho é muito baixo, a mão de obra da uva é bem menor que a do fumo. Se for contar os dias, eu trabalho nas parreiras de 30 a 40 dias por ano”, afirma. A produção é comercializada por intermédio da Cooperativa Agropecuária Centro-Sul (Coopacs) e tem como destino principal a Serra Gaúcha, onde é utilizada para a produção de sucos e vinhos.
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O relevo chama atenção na propriedade, situada na localidade de Campo do Umbu, a cerca de três quilômetros da área urbana de Dom Feliciano. Além das uvas e do tabaco, existem plantações de milho, feijão e batata, todas em áreas elevadas, que alternam entre partes altas e baixas. Com o auxílio somente da esposa e de um ajudante para todas as atividades, Alex diz que a rotina é exigente, mas ele gosta do que faz. Para o futuro, revela que não pretende aumentar as áreas de cultivo; pelo contrário, pode até reduzir as lavouras de tabaco em função das repetidas estiagens que têm atingido a região nos últimos anos e causado prejuízos.
Nos planos está instalar uma agroindústria
Apesar da venda para outras regiões já ser lucrativa, os produtores de Dom Feliciano tentam há alguns anos fundar uma agroindústria própria, para beneficiar a produção por lá mesmo. “Acredito que agora já estamos mais perto do que longe. Tem toda a questão burocrática, mas logo teremos marca registrada e a nossa produção poderá estar nas prateleiras dos mercados e na merenda escolar”, salienta Alex Gawlinski. Ele acredita que essa mudança deve tornar a atividade ainda mais rentável e colocar o município no mapa da viticultura estadual.
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