Os resultados da última safra na região de abrangência do 5º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate), do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), foram apresentados nessa sexta-feira, durante o 10º Seminário do Arroz Irrigado. Conforme dados apresentados pelo chefe do Nate, Ricardo Tatsch, apesar das dificuldades enfrentadas, os produtores dessa área conseguiram uma boa produtividade – em média, 7.528 quilos por hectare no ciclo 2016/2017, com destaque para Pantano Grande, que fechou em 8.392 quilos/ha. Considerando que na safra anterior, na qual houve grande frustração devido às enchentes, a produtividade média ficou em 6.189 quilos/ha, o aumento foi de 21,6%.
Tatsch relatou que os produtores da região do 5º Nate enfrentaram muitas dificuldades na safra 2016/2017, principalmente em outubro e novembro do ano passado, com chuvas muito acima do normal, que acabaram atrasando um pouco a semeadura. No entanto, ainda conseguiram contornar esses obstáculos e semear quase 70% da lavoura até 15 de novembro, período preconizado. “Consequentemente, tivemos uma produtividade boa e uma produção acima do que se colheu no ciclo 2015/2016, mesmo com a redução da área em relação a 2014/2015”, ressaltou.
A quantidade de arroz produzido nesse Nate na última safra (99.440 toneladas) ficou acima da registrada na de 2015/2016 (69.471 toneladas) e abaixo da que se verificou no ciclo 2014/2015 (105.378 toneladas). “Foi longe de uma supersafra. O que está ocorrendo é que os produtores estão reduzindo suas áreas e aumentando a produtividade. Então, a produção final acaba se mantendo ou até diminuindo.” Os principais motivos da diminuição da área são a infestação por arroz vermelho e a baixa rentabilidade da lavoura de arroz. Em função disso, os agricultores escolhem as melhores áreas para plantar e deixam de lado as desfavoráveis, fazendo rotação com soja em área de várzea e procurando aumentar a produtividade.
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Tatsch disse que a área plantada na última safra se manteve praticamente a mesma da anterior, mas é mais de mil hectares inferior à do ciclo retrasado (2014/2015). O 5º Nate abrange os municípios de Rio Pardo, Pantano Grande e Passo do Sobrado, mais a parte norte de Encruzilhada do Sul. O Seminário de Arroz Irrigado ocorreu no Parque de Exposições Apelles de Quadros, junto à 52ª Expofeira.
Programação
A 52ª Expofeira, em Rio Pardo, começou nessa sexta-feira e tem continuidade no fim de semana no Parque Apelles de Quadros. No primeiro dia, um dos eventos foi o Encontro de Mulheres Produtoras Rurais, que contou com duas palestras, mais uma exposição de fotos sobre os valores do meio rural. A primeira palestra teve como tema o bem-estar animal e manejo de campo nativo. O da segunda foi Mulher, você é única. O encontro foi realizado pela Comissão de Produtoras do Sindicato Rural e Senar.
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Neste sábado pela manhã, haverá a 3ª Olimpíada das Mulheres Rurais, a entrada de cavalos crioulos para a exposição morfológica e o início do julgamento morfológico, à tarde. Às 10 horas, abertura oficial da Expofeira, e às 14 horas, mateada. No domingo, às 14 horas será realizada a exposição de cães ovelheiros, além de mateada. O evento, que também tem outras atividades, está aberto ao público das 9 às 20 horas. A entrada é gratuita.
Especialistas dizem que o preço da saca vai aumentar
O diretor comercial do Irga, Tiago Barata, ao tratar sobre o mercado de arroz, disse que a expectativa dos principais analistas é de preços um pouco mais firmes e até maiores no segundo semestre em relação ao ano passado. Atualmente, o preço pago ao produtor pela saca de 50 quilos está em R$ 39,80 – valor considerado insuficiente para cobrir o custo de produção, considerado um dos fatores que mais prejudicam a rentabilidade.
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Barata observou que, levando em consideração o custo médio de produção calculado pelo Irga, a produtividade média no Rio Grande do Sul e os preços médios anuais, o produtor de arroz no Estado acumulou um prejuízo de 68,7 sacas por hectare nos últimos 13 anos. Hoje, no Rio Grande do Sul, o custo de produção está em R$ 7.095,00 por hectare. “A lavoura gaúcha tem o custo mais alto entre os principais produtores mundiais de arroz e o preço mais baixo ao consumidor. Precisamos trabalhar para reduzir custos.” Segundo o diretor, a redução de custos implica em melhorar as questões tributária, logística e gerencial.
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