A produção de uvas em Santa Cruz do Sul ainda tem muito potencial para crescer, especialmente como alternativa de diversificação para as pequenas propriedades. Atualmente, conforme o escritório municipal da Emater/RS-Ascar, são apenas quatro hectares com a cultura. Na maioria das unidades familiares, a produção é para consumo próprio e fabricação caseira de geleias, uvas e sucos. O técnico agropecuário Vilson Pitton ressalta que hoje há apenas uma propriedade com cultivo comercial.
No entanto, ressalta que a capacidade de produção pode ser mais explorada pelo agricultores santa-cruzenses. “O investimento inicial pode ser alto, mas o custo se recupera em médio prazo”, explica. Um parreiral leva em torno de três anos para começar a produzir – nos primeiros dois acontece a formação das plantas. Pitton reforça que o clima é propício, basta escolher a variedade adaptada para o Vale do Rio Pardo, onde a média de temperatura é mais elevada em relação à Serra Gaúcha.
Por aqui, a maturação normalmente acontece em torno de 20 dias antes, mas este ano a colheita deve atrasar em função do clima. “O frio chegou mais tarde e se estendeu por mais tempo, o que atrapalhou e tardou o início da brotação”, explica. A tendência é de que as primeiras uvas comecem a ser colhidas apenas em meados de janeiro de 2020. Para quem tiver interesse em iniciar na atividade, é possível buscar por assistência técnica com a equipe da Emater/RS-Ascar local.
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Na expectativa pelo início da safra
Há quase duas décadas o produtor rural Valério Lopes, de 73 anos, investe na produção de uvas em sua propriedade, em Cerro Alegre Baixo, no interior de Santa Cruz do Sul. Na área de sete hectares, atualmente 1,5 hectare é destinado para a atividade, com variedades de uvas para vinho e para mesa. Na safra deste ano, em razão do frio tardio que atrapalhou a brotação, a colheita irá atrasar. “Devemos começar a colher pelo dia 15 de janeiro, mas dependemos do clima”, comenta.
Com o auxílio da esposa Margarida e do filho Marco Lopes, o agricultor projeta uma produção superior a cinco toneladas. Hoje, a uva é o carro-chefe dos negócios da família, que produz outras culturas apenas para consumo próprio. Para vinho e suco, são cultivadas as variedades Bordô, Isabel e Niágara Rosa. Já as uvas de mesa incluem Vitória e Ísis (sem sementes) e Núbia (com sementes). “Apostamos nas uvas para mesa há três anos. Este ano teremos nossa primeira colheita”, comenta.
Com pés carregados e frutos bem formados, o produtor ressalta que as uvas de mesa são conduzidas de maneira orgânica. Os parreirais ficam protegidos e contam com sistema de irrigação. O objetivo dos produtores é transformar toda a produção para o sistema ecológico nas próximas safras. Conforme Marco Lopes, parte da colheita é utilizada para fabricação de vinho bordô e suco, enquanto o restante é vendido diretamente para os consumidores.
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