Categories: Regional

Produção de soja corre risco de perdas significativas com estiagem

O período de estiagem tem exigido muitos cálculos entre produtores e técnicos. Alguns apontam perdas significativas, outros preferem manter a cautela, na expectativa de que se repita a condição climática do último ano, que apresentou um início de janeiro seco, com a chuva aparecendo na segunda quinzena e representando uma boa safra. Essa inquietação faz parte de praticamente todos os cultivos da temporada, em especial da soja, que teve ampliada a área plantada no baixo Vale do Rio Pardo em 6%. Foram semeados 203,6 mil hectares.

Um dos exemplos é o agricultor Ervino Martins, de Linha Ferraz, em Vera Cruz. A propriedade dele não tem o perfil das que são dedicadas à soja, porque reserva um espaço considerado pequeno. São cinco hectares do cultivar. Mesmo assim, a expectativa, quando plantou, em outubro, era de chegar a 70 sacas por hectare em produtividade. “Agora, nem tenho como projetar. Espero que venha uma chuva para representar melhor resultado, pois as plantas já estão na última floração”, frisa.

LEIA MAIS: Situação já é dramática nas áreas com arroz

Publicidade

A possibilidade de perda, ainda sem números definidos por Martins, é minimizada pela previsão de ampliação do valor a ser pago pelo produto. Acredita que possa chegar a R$ 200,00 por saca. No último ano, o valor foi de R$ 120,00. A cotação atual está por volta dos R$ 176,00, podendo, de fato, aumentar devido à diminuição da oferta e ao crescimento da demanda. O preço é maior, mas também tem grande diferença o custo. O gestor da Cooperativa Tritícola de Espumoso (Cotriel), unidade Rio Pardo, Adilson Nazari, estima em 45% o reajuste nos gastos, em especial com fertilizantes, que levam matéria-prima importada.

Mesmo com custo maior, os produtores não recuaram na intenção de aumentar a área cultivada. O engenheiro agrônomo e extensionista Alberto Evangelho Pinheiro, da Emater/RS-Ascar de Vera Cruz, encaminhou nessa quarta-feira, 13, o laudo com as perdas. “A projeção é de que fossem plantados 700 hectares, mas houve aumento, chegando a 865. Porém, a perda consolidada está em 35%, nesta semana”, enumera.

Segundo ele, as áreas que foram semeadas no cedo e tiveram favorecimento do solo estão com desenvolvimento satisfatório. “Há muitas, no entanto, sentindo o estresse hídrico agudo, com perda das folhagens. As lavouras mais tardias, que foram plantadas em dezembro, estão sofrendo ainda mais”, ressalta.

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Rio Pardo estima perdas de R$ 218 milhões com estiagem

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Publicidade

TI

Share
Published by
TI

This website uses cookies.