A estiagem prolongada que afeta o Rio Grande do Sul pelo quarto ano consecutivo deve comprometer em 26,91% a produção de grãos no Estado, conforme recente levantamento divulgado pela Emater/RS-Ascar. No Vale do Rio Pardo, contudo, essa estimativa é ainda pior e a quebra pode superar os 33%. A falta de chuva nos períodos adequados prejudicou o desenvolvimento de diversas culturas de verão, com destaque para o milho e a soja, cujos índices de produtividade tiveram as maiores quedas.
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Conforme Josemar Parise, engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater, a expectativa de produção da soja era de 54 sacas por hectare, mas a média obtida com os dados mais recentes mostra apenas 36,25 sacas por hectare. “Eu acredito que, no fim da safra, teremos um pouco mais do que isso em função das chuvas que se normalizaram a partir da metade de fevereiro”, explica. “As cultivares de ciclo mais longo aproveitam melhor essas precipitações mais volumosas.” No caso das variedades precoces, o benefício não é na quantidade de grãos por vagem, mas sim no peso.
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Parise salienta que os municípios do chamado Baixo Vale do Rio Pardo, que contempla a área de Candelária até Encruzilhada do Sul, têm mais de 208 mil hectares plantados com soja. “Você ter uma perda de 15 sacas por hectare, com a saca a R$ 162,00, representa mais de R$ 500 milhões de prejuízo.” Na região Centro-Serra, que possui 70 mil hectares cultivados com a oleaginosa, a previsão de perda é de R$ 170 milhões. A instituição atualiza as estimativas conforme os escritórios municipais abastecem o sistema com dados mais recentes.
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O milho tem perspectiva semelhante, com quebra projetada de 36,5%. Há uma diferença importante em relação à soja, contudo: a produtividade reduzida. Na região, a previsão inicial era de 86 sacas por hectare, mas o levantamento mostra que, até o momento, o rendimento foi de apenas 54 sacas por hectare. “É sempre importante destacar que a média é apenas uma referência de produção em nível estadual, regional ou municipal. Tivemos lavouras de milho na região que produziram acima de 170 sacas por hectare, enquanto outras produziram 40”, observa.
Essa variação, conforme o especialista, ocorre em função da divisão desigual das chuvas e também tem relação com as cultivares mais ou menos resistentes ao estresse hídrico. A título de comparação, na safra 2019/2020, a perda foi de 46% na soja e 32% no milho no Rio Grande do Sul. Em 2021/2022, nova quebra de 32% na soja e de 34% no milho.
Diante de um cenário de estiagem que se repete ano após ano, o governo do Estado voltou a debater soluções para mitigar os efeitos da falta de chuva. Uma das alternativas levantadas em uma recente reunião com líderes políticos e representantes do setor foi a possibilidade de ofertar incentivo de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ao produtor que investir em sistemas de irrigação na propriedade. O governador Eduardo Leite (PSDB) se mostrou aberto a levar a proposta adiante. De forma emergencial, o governo federal também repassou mais de R$ 400 milhões para ações de combate à seca e financiamento para pequenos agricultores.
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