A quebra da safra de grãos de verão no Rio Grande do Sul deve alcançar 22.462.104 toneladas, 28,7% a menos do que no ciclo 2018/2019, que foi de 31.497.723 toneladas. Com a colheita praticamente encerrada, a diretoria da Emater/RS-Ascar e o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, apresentaram os números finais nessa sexta-feira em webconferência.

O levantamento registrou, somente na soja, uma queda de 45,8% da produção, passando de 19,7 milhões de toneladas, como expectativa inicial, para 10,6 milhões de toneladas. “É uma quebra significativa, em especial na Metade Sul do Estado, e que vai gerar muitos prejuízos para a economia gaúcha”, disse o diretor técnico da Emater, Alencar Paulo Rugeri, que apresentou os números de cada cultura.

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Já para o milho, segmento fundamental para a economia gaúcha, apesar do aumento de área em 2 mil hectares, a produtividade apresentou perda média de 31,9%, gerando redução de 30,9% na produção, ou 1,8 milhão de toneladas a menos do que o estimado.

Das culturas apresentadas, o arroz foi a única com dados de produção positivos. Mesmo com uma redução de 1,8% na área com relação à estimativa inicial (961.377 hectares), passando para os atuais 944.038 hectares, foram colhidas 7.581.095 toneladas.

Isso representa um aumento de 0,9% com relação à estimativa inicial (7.510.872 toneladas). Já o feijão 1ª safra apresentou redução de 1,4% de área, ficando em 35.519 hectares, e diminuição de 14% na produção, tendo sendo colhidas 53.908 toneladas.

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O presidente da Emater, Geraldo Sandri, informou que os técnicos e extensionistas acompanham e atualizam os números de cada cultura de forma quinzenal e que o levantamento abrange 90% dos municípios produtores de cada cultura. “Nesse período tivemos uma estiagem muito forte, que começou em dezembro e gerou perdas que variam conforme a região e de acordo com o volume de chuva em cada fase das culturas”, destacou Sandri.

Câmara da Irrigação

O secretário Covatti Filho lamentou os prejuízos que a estiagem provocou na safra de grãos, “deixando o produtor apreensivo e afetando inclusive as exportações”. Segundo o secretário, os prejuízos para a economia gaúcha são estimados entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.

Como alternativas, citou a instalação da Câmara Temática da Irrigação, publicada no Diário Oficial nessa sexta-feira, que criará oportunidades para o produtor buscar linhas de crédito mais acessíveis para a irrigação; o Plano Safra, que será anunciado pelo governo federal até início de junho, e o fortalecimento do Programa Troca-Troca, que inicia na próxima semana, com subsídio do governo do Estado de 28% e juros mais baixos para os produtores.

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