O valor de produção das principais culturas agrícolas no Vale do Rio Pardo caiu 2,74% em 2023 frente a 2022 e alcançou R$ 4,68 bilhões. A safra de grãos chegou a R$ 4,57 bilhões, valor 3,98% inferior ao do ano anterior. O resultado é reflexo da estiagem nos primeiros meses do ano e, depois, do excesso de chuva no segundo semestre.
Considerando todas as culturas, a área plantada na região totalizou 541.420 hectares, uma queda de 9.213 hectares, ou seja, redução de 1,67%. Já as culturas permanentes somaram R$ 115 milhões, superando em 99,57% o volume de recursos obtidos no ciclo anterior. Os dados são da Pesquisa Agrícola Municipal e foram publicados na última quinta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Os dados da Pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM) são preliminares. O IBGE adota uma política de revisão das informações com a disponibilização de novos detalhes que não estavam acessíveis quando da primeira divulgação. O chefe da agência regional do IBGE em Santa Cruz do Sul, Luiz Eduardo Braga, explica que os números são o somatório e análises de todas as reuniões mensais do instituto, em cada município, com técnicos e entidades ligadas ao agro, que ajudam a estimar informações das safras de produtos temporários, permanentes e também temporários de longa duração.
Em todo o Brasil, após seis anos de altas, o valor de produção das principais culturas agrícolas caiu 2,3% em 2023 frente a 2022 e alcançou R$ 814,5 bilhões. A safra de grãos, porém, bateu recorde, chegando a 316,4 milhões de toneladas, volume 19,6% maior do que a produção do ano anterior.
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A área plantada do País, considerando todas as culturas, totalizou 96,3 milhões de hectares. É uma ampliação de quase 5 milhões de hectares, ou seja, expansão de 5,5%, mantendo o ritmo de crescimento observado ao longo dos últimos anos.
O supervisor da pesquisa, Winicius Wagner, explica que após a escassez de água em 2022 ter afetado o desempenho das lavouras, principalmente a produção de grãos, em 2023 as chuvas foram mais bem distribuídas durante todo o período, desde o plantio até a colheita. “Isso fez com que tivéssemos uma recuperação da produtividade dessas lavouras, o que impactou diretamente o aumento da produção no ano”, destaca.
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A unidade da federação com maior valor de produção no País continuou sendo Mato Grosso, com R$ 153,5 bilhões. É o maior produtor nacional de soja e milho e, em 2023, com a queda na cotação desses produtos, teve uma retração de 12,2% no valor de produção agrícola, reduzindo sua participação nacional para 18,8%.
Rio Pardo representa 11,37% do total regional
Entre os municípios do Vale do Rio Pardo, o destaque na produção agrícola em 2023 foi Rio Pardo, que, sozinho, respondeu por 11,37% do total regional, somando R$ 533 milhões. Apenas as culturas de grãos geraram R$ 531,6 milhões.
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A segunda posição no ranking de valor da produção agrícola foi ocupada por Venâncio Aires, que totalizou R$ 510,3 milhões, com crescimento de 2,45% em relação a 2022. Encruzilhada do Sul registrou o terceiro maior valor – R$ 376 milhões –, seguido por Candelária (R$ 367 milhões) e Santa Cruz do Sul (R$ 292 milhões).
Na outra ponta do ranking, Mato Leitão, menor município em área territorial na região, apresentou o menor valor da produção de todas as culturas agrícolas, somando R$ 34,1 milhões em 2023. A segunda posição foi de Tunas, que totalizou R$ 49,3 milhões. Herveiras registrou o terceiro menor valor, com a geração de R$ 60,1 milhões, seguido por Cerro Branco (R$ 60,4 milhões) e Salto do Jacuí (R$ 61,2 milhões).
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Entre os 28 municípios da região, 19 tiveram crescimento na geração de valor no ano passado em comparação com 2022. A lista dos que tiveram crescimento, pela ordem, é liderada por Mato Leitão (100,33%), seguido por Lagoa Bonita do Sul (49,11%), Herveiras (48,2%), Segredo (42,07%), Barros Cassal (36,87%), Sobradinho (36,62%), Lagoão (32,78%), Passa Sete (25,62%), Sinimbu (25,62%), Vera Cruz (24,3%), Vale Verde (24,02%), Arroio do Tigre (22,62%), Vale do Sol (19,77%), Boqueirão do Leão (17,85%), Cerro Branco (8,54%), Encruzilhada do Sul (6,09%), Santa Cruz do Sul (5,43%), Venâncio Aires (2,45%) e Estrela Velha (1%).
Com retração na geração de renda na produção agrícola de todas as culturas, despontou o município de Salto do Jacuí (-46,35%). Na sequência, apareceram Rio Pardo (-40,83%), General Câmara (-35,58%), Pantano Grande (-25,48%), Ibarama (-20,57%), Tunas (-15,66%), Passo do Sobrado (-12,95%), Candelária (-4,59%) e Gramado Xavier (-3,9%).
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Estado
O valor de produção das principais culturas agrícolas no Rio Grande do Sul caiu 3,54% em 2023 frente a 2022 e alcançou R$ 62,4 bilhões. Apenas a safra de grãos gerou R$ 57,3 bilhões, com queda de 6,08% em relação ao ano anterior. A área plantada no Estado, considerando todas as culturas, totalizou 10,7 milhões de hectares, uma ampliação de 136,7 mil hectares, ou seja, expansão de 1,3%.
Tabaco em folha
O tabaco em folha apareceu no ano passado na nona posição entre os produtos agrícolas com maior geração de renda no País, totalizando R$ 10,5 bilhões. O ranking é liderado pela soja, seguida pela cana-de-açúcar e o milho; algodão; mandioca; arroz; feijão e tomate. Nos dados apenas dos três estados do Sul do Brasil, o tabaco em folha apareceu em quarto lugar no ranking da geração de renda em 2023, somando R$ 10,2 bilhões (97,26% da produção nacional). As culturas da soja (R$ 87 bilhões), milho (R$ 23,3 bilhões) e arroz (R$ 14,3 bilhões) lideram a lista em produção no Sul.
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