Semana passada, lembramos da ajuda que pessoas de Santa Cruz enviavam para a Alemanha após a Segunda Guerra. O hábito de colocar cartinhas e balas nos bolsos das roupas doadas chegou a provocar surpresas na cidade.
No início de dezembro de 1950, chegou à redação da Gazeta correspondência assinada pela jovem Ruth Riebeck, da cidade de Hannover-Linden, da Alemanha Ocidental. Junto com uma foto, ela contou que tinha bastante apreço pelo Brasil.
Também sabia que em Santa Cruz residiam muitos teuto-brasileiros. Por isso, desejava ajuda do jornal para arrumar um marido por aqui. Salientou que não aspirava por dinheiro ou outros bens, mas queria um rapaz honesto, digno e disposto a acompanhá-la nas horas más e felizes, e que quisesse constituir família.
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Explicou que era alegre e vigorosa, 24 anos, olhos azuis e cabelos louro-escuros. Possuía 1,70 de altura, boa saúde e tinha experiência em atender no balcão. Os interessados deveriam escrever para o endereço Ricklinger Strasse, 88-A, em Hannover-Linden.
Em maio de 1951, chegou outra carta semelhante, de Katharina von Alberich, de 28 anos, residente em Berlim. Contou que havia perdido os pais e o único irmão durante a guerra e que gostaria de começar vida nova no Brasil, ao lado de alguém que pudesse amá-la. Salientou que era motorista, que gostava de esportes e que trabalhava em uma pequena indústria de couros.
Explicou que, no final da guerra, havia recebido donativos da Cruz Vermelha e que estes foram remetidos de Santa Cruz. No bolso de um casaco, havia encontrado balas fabricadas pela Berbau. Ela então escreveu ao jornal usando o endereço que constava no rótulo das balas. Apesar das pesquisas, não foi possível apurar se algum santa-cruzense respondeu às cartas das garotas.
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