O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul abriu inquérito para investigar a possível formação de uma milícia privada de fazendeiros para atacar indígenas no sul do Estado. O órgão teve acesso a mensagens enviadas nesta quinta, 3,pelo presidente do Sindicato Rural de Rio Brilhante, Luís Otávio Britto Fernandes, nas quais ele convoca produtores a se juntarem para remover indígenas em área ocupada no distrito de Bocajá, a 30 km de Dourados.
A investigação tem como base o artigo 288-A do Código Penal, que prevê reclusão de quatro a oito anos para o crime de constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milicia particular, grupo ou esquadrão. “Urgente mobilização, fazenda invadida em Bocajá. Convidamos todos os produtores rurais para se unirem e se deslocarem até o local. Os interessados em se unirem a essa mobilização favor entrar em contato com Luis Otávio”, diz trecho de mensagem divulgada pela Procuradoria.
No sábado, 29, um índio da etnia guarani-kaiowá, Semião Fernandes Vilhalva, foi assassinado na região quando proprietários rurais tentavam retomar a posse de uma fazenda ocupada pelos indígenas. Na terça, 1°, guaranis-kaiowá levaram um caixão para a frente do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal para protestar contra a morte do colega. Procurado, o sindicato rural informou que não tem conhecimento do inquérito e que não vai se pronunciar.
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