Um novo espaço para acolher vítimas de violência doméstica já está em operação em Santa Cruz do Sul. Foi inaugurada nesta sexta-feira, 21, a Procuradoria Especial da Mulher, serviço localizado em uma sala especial dentro da Câmara de Vereadores, na Rua Fernando Abott, 940.
Por volta do meio-dia, foi realizado o descerramento da faixa inaugural da sala, que leva o nome de Heide Priebe. A homenagem é para a mulher que foi vítima de feminicídio praticado pelo ex-companheiro na Travessa Tenente Barbosa, no Centro de Santa Cruz do Sul, em 2022. A filha dela, Aline Priebe, esteve presente no ato.
A reunião especial iniciou horas antes, no Plenário. A mesa de honra foi ocupada por autoridades políticas e de órgãos oficiais de Santa Cruz do Sul que atuam no combate à violência doméstica. “Agora, no coração da cidade, existe um lugar de acolhimento, de orientação, que pode acompanhar as mulheres e seus filhos para transformar a vida deles e, também, da nossa cidade”, ressaltou Nicole Weber, presidente da Câmara de Vereadores, em entrevista à Gazeta do Sul.
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Mulheres que acreditam estar passando por casos de violência, seja psicológica ou física, podem se dirigir até o espaço, que fica à esquerda de quem entra no prédio do Legislativo, ao lado da galeria de ex-presidentes. Elas vão receber informações e orientações de como proceder antes e depois dos boletins de ocorrência, além de seus direitos. O atendimento será especializado e individual.
“Quando a gente vê que não está funcionando para coibir o crime, temos que combater com a mesma força, e quanto mais políticas públicas, melhor. O Legislativo não tinha nenhuma antes e, agora, tem uma, que vai ficar para as próximas gerações”, complementou Nicole.
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A coordenação do espaço ficará sob responsabilidade de Aretusa Molina. O horário de atendimento será em conjunto com o da Câmara, das 8 horas às 12 horas, e das 13 horas às 17 horas. Além disso, em breve, haverá um número de celular à disposição. A iniciativa está em busca de psicólogos voluntários para atuar no espaço.
Discursos reforçaram luta contra violência doméstica

Quem também esteve presente na solenidade foram as deputadas estaduais Kelly Moraes e Silvana Covatti, duas entusiastas do direito das mulheres. “Isso significa, para nós mulheres, um avanço de saber que teremos um lugar para dialogarmos, conversamos”, salientou Silvana. “Isso não é uma pauta só nossa, é da sociedade, dos poderes. Tenho certeza de quem ganha são as pessoas que vão precisar do nosso apoio”, complementou Kelly.
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Compuseram a mesa diversos representantes de órgãos que atuam diretamente em casos de mulheres vítimas de violência doméstica e levaram à tribuna relatos da prática. A delegada Raquel Schneider destacou a importância de políticas públicas que acolham as mulheres. “Eu já vivi situações no passado em que a mulher disse não ter para onde ir e nós não tínhamos o que fazer. A Lei Maria da Penha trouxe mecanismos de proteção e, hoje, Santa Cruz tem uma rede que funciona, temos casa de passagem, encaminhamentos para atendimentos. Quanto mais isso crescer, mais poderemos fazer”, explicou.
Além disso, o juiz da Vara da Violência Doméstica e Familiar, João Francisco Goulart Borges, relatou a importância do trabalho destes diversos órgãos específicos no combate à agressão contra mulheres. “No ano passado, nós deferimos 2.974 medidas de proteção às mulheres, algo que não acontecia justamente por faltar uma jurisdição e olhar especial que deve se ter para esse tipo de demanda”.
Discursaram também autoridades presentes, como a subcomandante da Brigada Militar, Michele Vargas; o promotor da Justiça Especializada de Combate à Violência Doméstica, Flávio de Lima Passos; o vereador Edson Azeredo (PL), entre outros.
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