Mais uma vez, o goleiro Aranha virou notícia por ser vítima de injúrias racias. No entanto, agora os insultos partiram dos próprios torcedores do Santos, que xingaram o goleiro em um grupo no Facebook destinado para a torcida santista. Questionado se haverá alguma punição ao clube por causa das ofensas, o auditor do STJD Décio Neuhaus ressaltou que o tribunal não pode oferecer uma denúncia contra o clube porque a injúria racial não ocorreu em um evento esportivo.
“Ele está sendo vítima de injúria racial. O que o Aranha pode fazer é processar esses torcedores. A justiça desportiva não alcança o torcedor fora do estádio. O que pode responsabilizar o clube na justiça desportiva são declarações de dirigentes ou jogadores, mas não de torcedores”, explicou Neuhaus em entrevista à Rádio Guaíba.
“O STJD controla o esporte. Se houver um furto no estádio não cabe ao tribunal punir. Algumas coisas são da lei geral. Não vejo como o STJD poderia controlar a torcida. Não tem como punir o torcedor, apenas o clube. Uma manifestação em rede social, eu nem sei se ele é sócio, se é torcedor. Isso poderia abrir um leque, alguém ofender um jogador sem nem ser torcedor do clube”, completou.
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As ofensas no grupo fechado no Facebook foram motivadas pelo fato de Aranha ter entrado na Justiça para cobrar três meses de salários atrasados e tentar rescindir seu contrato com o Peixe. “Chamar o Aranha de macaco é ofender o pobre macaco! Tem preto que é pior do que macaco, inclusive esse Aranha, goleiro lixo, e sem caráter”, publicou um dos torcedores.
O primeiro caso em que Aranha foi vítima de racismo aconteceu em agosto de 2014, em jogo das quartas de final da Copa do Brasil, em Porto Alegre, quando gremistas que estavam no setor conhecido como geral chamaram o goleiro de “macaco”. Na ocasião, o time de Porto Alegre foi excluído da competição.
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