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Procurador da Lava Jato nega que tenha havido escuta em cela de Youssef

O procurador da República Deltan Dallagnol, que integra o núcleo da Operação Lava Jato, negou nesta segunda-feira, 27, que tenha havido escuta na cela onde estava o doleiro Alberto Youssef, na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba. O fato, denunciado pelo próprio Youssef, em abril do ano passado, foi refutado por uma sindicância concluída pela PF em setembro de 2014.

Perguntado se a suposta escuta na cela do doleiro poderia inviabilizar futuramente as investigações da Lava Jato, pois nesse caso a escuta seria ilegal, Dallagnol disse não temer que o fato repercuta negativamente sobre a operação e negou que tenha sido utilizada informação baseada em escuta ilegal.

“Jamais apareceram quaisquer escutas e muito menos indicativos de influência delas nas investigações. É um caso sob investigação. Mas jamais identificamos qualquer escuta que tenha sido instalada. O que existiu é um aparelho que, em princípio, não estava funcional. Esta é uma situação sob apuração”, sustentou o procurador.

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Dois policiais federais admitiram, durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, no dia 2 de julho, que as escutas existiram. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, também em depoimento à CPI da Petrobras, no último dia 15, classificou de gravíssimo o fato, se for comprovado.

Dallagnol foi ao Rio participar do lançamento do projeto Dez Medidas contra a Corrupção, que pretendo recolher 1,5 milhão de assinaturas para apresentar ao Congresso um projeto de iniciativa popular com ações anti-corrupção. Ele apresentou o projeto a lideranças comunitárias e religiosas, reunidas no Seminário Teológico Batista do Sul, a quem pediu apoio à iniciativa.

O procurador criticou a corrupção no país e disse que, baseado em dados das Nações Unidas, o Brasil gasta R$ 200 bilhões em propinas todos os anos.“Esse valor permitiria triplicarmos no Brasil o investimento federal em saúde ou educação e que melhorássemos tudo o que é gasto, em todo o país, por todos os entes da Federação, em segurança pública.” Ele disse acreditar na punição de todos os envolvidos nos casos de corrupção envolvendo empreiteiras, agentes públicos e políticos que superfaturaram contratos com a Petrobras, recebendo propinas milionárias em dinheiro público.

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Os dez temas da campanha contra a corrupção são os seguintes: Prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação; Criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos;  Aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores; Aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal; Celeridade nas ações de improbidade administrativa; Reforma no sistema de prescrição penal; Ajustes nas nulidades penais;  Responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2; Prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado; Recuperação do lucro derivado do crime.

Para participar da campanha e baixar os formulários para recolher assinaturas, basta acessar o endereço eletrônico www.combateacorrupcao.mpf.mp.br.

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