Em um momento em que diversos países já começaram a vacinar a população contra a Covid-19, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como essas vacinas são feitas e, principalmente, se elas são seguras. Para esclarecer essas questões, o jornalista Ronaldo Falkenback, da Rádio Gazeta FM 107.9, entrevistou nessa quarta-feira, 23, a professora Lia Possuelo, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Ela é graduada em Ciências Biológicas, mestre e doutora em Bioquímica e ministra, entre outras, a disciplina de Imunologia.
O primeiro esclarecimento diz respeito ao que é, de fato, uma vacina e como ela age no organismo. “De forma geral, independentemente do tipo, as vacinas têm um objetivo específico, que é induzir uma resposta imunológica na pessoa que vai ser vacinada; ou seja, induzir a proteção desse indivíduo com anticorpos”, ressalta Lia. Depois de imunizado, o corpo humano é capaz de responder rapidamente em caso de contato com o vírus ou bactéria, impedindo que eles se multipliquem e sejam capazes de causar uma doença.
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Quanto à segurança, Lia afirma que todas as vacinas aprovadas para uso comercial passam por rigorosos processos a fim de garantir que são seguras e podem ser usadas na população. “Todas passam por uma série de fases de testes, independente de qual vacina seja. Tanto as que já estão em uso hoje como as que ainda estão por vir precisam passar por várias etapas de testagem”, reforça.
Na fase 1 ocorrem os primeiros testes em humanos, de forma reduzida. Na fase 2, essa testagem é ampliada e se estabelece a capacidade de a vacina gerar resposta imunológica. E a fase 3 é onde ocorre a aplicação em uma grande quantidade de voluntários, que recebem ou a vacina ou um placebo, e depois são avaliados os resultados. Aquelas que são produzidas pela Pfizer, AstraZeneca/Oxford e Moderna, já concluíram a fase 3.
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Outra dúvida frequentemente levantada é sobre a segurança de produtos desenvolvidos por laboratórios chineses, como a CoronaVac. Lia salienta que a China é a maior fabricante mundial de insumos usados na produção de vacinas, e que todas as utilizadas atualmente – seja de Covid-19 ou não – têm alguma matéria-prima proveniente daquele país.
“Pelo que temos estudado e acompanhado na literatura, não existe uma vacina que seja melhor do que as outras. Todas elas apresentam eficácia elevada, de 90% ou 95%”, afirma. Ela acrescenta que os laboratórios e institutos responsáveis possuem experiência para desenvolver a imunização.
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Uma questão que preocupa os especialistas é a disseminação de fake news, como as afirmações de que as vacinas podem alterar o DNA humano e possuem um microchip de rastreamento. “São afirmações totalmente falsas, não existe nenhuma possibilidade de isso acontecer. Os critérios de avaliação e desenvolvimento são extremamente rigorosos”, afirma Lia Possuelo.
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Outro problema é o movimento antivacina. Nos últimos anos, essas mobilizações vêm reduzindo as taxas de imunização no Brasil e já fizeram o País perder até mesmo o certificado de erradicação do sarampo.
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Ainda que a eficácia projetada das vacinas contra a Covid-19 seja alta, Lia Possuelo alerta que ela pode se reduzir ao ser aplicada na população. Com isso, algumas pessoas que foram imunizadas ainda podem ficar doentes. Além disso, já se espera que o Brasil não consiga adquirir vacinas suficientes para todos. Por isso, ainda será necessário utilizar máscaras, álcool gel, manter o distanciamento social e seguir as demais precauções para evitar a disseminação do vírus.
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