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Problemas com alagamento são recorrentes no Corredor São Pedro

Os problemas em virtude da chuva que caiu sobre Santa Cruz do Sul no final de janeiro ainda são sentidos pelos moradores da cidade. Mais de 33 mil residências foram afetadas, segundo a Defesa Civil, e a Prefeitura decretou situação de emergência em virtude dos estragos, que somaram um prejuízo superior a R$ 2,4 milhões, de acordo com o poder público.

Mas para Nicoli Maas, de 37 anos, os problemas com alagamentos são frequentes. Ela relata que a última enxurrada, que parou a cidade, foi a pior que já presenciou, mas essa não foi a única vez que sua família passou pelo problema. Praticamente desde que nasceu ela é moradora do Corredor São Pedro, uma estreita via que liga a Rua Gaspar Silveira Martins com a Rua Rio Branco, no Centro. Nicoli viu seu lar inundado ao voltar para casa do trabalho no final da tarde da quinta-feira, 28, quando uma chuva de 112 milímetros em cerca de uma hora – o equivalente à média aproximada de um mês inteiro – causou o esgotamento do sistema de vazão de águas.

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Nicoli ressalta que os problemas com alagamentos na rua onde vive aumentaram após as obras de asfaltamento da Rua Gaspar Silveira Martins. Ela mora em uma parte mais baixa da via. Em uma obra anterior da Prefeitura, que canalizou a sanga que passa próximo à residência dela, foi sanada uma parte do problema, mas em virtude da geografia do terreno, sua casa ainda serve de “galeria” de água quando chove mais forte. No dia da chuvarada, a residência onde mora com o marido e com a filha de 2 anos ficou parcialmente submersa, com a água invadindo o pátio, a garagem e a cozinha. Nem ao menos a parte da casa que fica mais alta, onde estão a sala e os quartos, escapou a salvo.

“Eu estava voltando do serviço já com água pela canela na rua toda. Já tinha água por toda casa. Perdi minha cozinha. Graças a Deus, na maior parte da casa entrou menos água, então acabei perdendo só os tapetes. Mas a cozinha eu perdi toda”, relata, comemorando ainda o fato de ter conseguido salvar a geladeira e a máquina de lavar. Já os móveis da cozinha, que estavam no chão e em uma sala ao lado, foram todos danificados.

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A moradora explica que ela e seu marido já cogitaram modificar a residência e levantar o nível da estrutura. Porém, sem saber se os problemas de alagamento em sua rua vão continuar, o investimento é considerado arriscado. “Eu sei que não foi só comigo. Só que já venho passando por isso há bastante tempo, e essa vez foi bem pior. São praticamente 40 anos que acontece isso. É sempre prejuízo em cima de prejuízo. Está ficando complicado”, desabafa. “Com essas obras, como na Gaspar, onde a canalização é pequena para essa quantidade de água, acaba entrando aqui na rua e meu pátio serve de galeria. O problema piorou. Eu tenho bueiro aqui perto, mas ele não comporta.”

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NA ESPERA

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Nicoli Maas conta que há cerca de 20 anos duas bocas de lobo foram construídas em seu próprio terreno com ajuda da Prefeitura, para escoar a água na Rua Bento Gonçalves. A obra foi reformulada por moradores das proximidades para reduzir o mau cheiro que causava, o que acabou diminuindo a capacidade de recebimento de água dos bueiros. “Meus vizinhos de fundos também estão tendo as casas invadidas pela água que entra pela frente do meu terreno, e estão me cobrando os prejuízos. Até pretendem fazer muros mais altos, o que me preocupa mais ainda, pois a água vai invadir minha casa em níveis jamais vistos.”

Nicoli entende que existem pessoas em situação pior que a dela após a chuvarada, mas aguarda uma ação que possa prevenir transtornos futuros, caso ocorram. Ela chegou a enviar uma carta endereçada à prefeita Helena Hermany para explicar a situação que passa. “Já conversei com o pessoal da Secretaria de Obras. Ficaram de dar uma olhada. A gente entende que a demanda está grande agora, mas vamos aguardar e esperar que tudo dê certo”, finaliza.

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Moradora teve a casa invadida pela água várias vezes. Na última, a cozinha teve danos | Foto: Rafaelly Machado

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