Eram 6h23 quando Tramandaí, de 24 anos, foi acordado nessa terça-feira, 3, em sua residência, na Rua Marcílio Dias, Bairro Bom Jesus, em Santa Cruz do Sul. O homem, com graves antecedentes em sua ficha, estava cercado e rendido. Não tinha como escapar. Ele foi o alvo principal de uma operação da Polícia Civil que identificou um grupo que seria responsável pelo atentado contra um jovem de 22 anos, ocorrido há duas semanas.
A ofensiva da Delegacia de Polícia (DP) de Rio Pardo, coordenada pelo delegado Anderson Faturi, cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão em endereços de investigados no Bairro Bom Jesus. As ordens judiciais foram autorizadas pela juíza Magali Wickert de Oliveira, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Rio Pardo. Os policiais apreenderam um adolescente de 16 anos em uma casa na Rua Vasco da Gama, onde também confiscaram um Volkswagen Gol que teria sido usado no crime.
LEIA MAIS: Polícia Civil deflagra operação no Bairro Bom Jesus
Publicidade
No dia 21 de agosto, a vítima havia sido raptada em uma barbearia do Bairro Senai e levada sob ameaça, no veículo em questão, até a localidade de Passo da Taquara, no interior de Rio Pardo, quase na divisa com a região de Entre Rios, Vera Cruz. Nesse local, os criminosos tiraram o rapaz de 22 anos do carro e ordenaram que ele corresse. Na sequência, efetuaram diversos disparos contra ele, que atingiram as suas costas e transfixaram o abdômen. Depois, os atiradores fugiram.
Ferido, o jovem foi encontrado por populares e levado por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Regional do Vale do Rio Pardo, onde foi internado. Mesmo machucado, em estado grave, a vítima sobreviveu ao atentado após passar por uma cirurgia. Seu nome foi mantido em sigilo. Desde então, o caso vinha sendo investigado pela Polícia Civil, que identificou os envolvidos.
Não há confirmação ainda sobre a motivação do ataque ao jovem de 22 anos, mas apura-se a possibilidade de ter como pano de fundo questões passionais e ligação com o tráfico de entorpecentes.
Publicidade
LEIA MAIS: Homem é baleado após ser raptado em Santa Cruz
Além dos dois detidos na operação, um terceiro envolvido de 23 anos também tinha um mandado de prisão para ser efetuado, em uma casa da Rua Amazonas. Contudo, ele não foi localizado e entrou na condição de foragido. Os policiais da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), que haviam cumprido essa ordem judicial, partiram em seguida para realizar buscas ao executor do homicídio do instrutor de autoescola Rostem Luiz dos Santos Fagundes, de 52 anos. O crime aconteceu na noite de quinta-feira da semana passada.
Com um mandado de prisão preventiva, os policiais coordenados pelo delegado Alessander Zucuni Garcia procuraram o acusado, mas não o localizaram. Porém, transitando por uma área do Bom Jesus perto da BR-471, os agentes visualizaram o terceiro alvo da operação da DP de Rio Pardo, que não haviam encontrado mais cedo.
Publicidade
O rapaz estava em um Fiat Uno e fugiu ao perceber a aproximação da polícia. Os agentes o perseguiram por cerca de quatro quilômetros. Após muitas manobras arriscadas, passando perto de pedestres e atravessando a pista na contramão, o rapaz perdeu o controle do Uno em uma área de britas à margem da rodovia, nas imediações do antigo Santuário de Schoenstatt. Ele acabou capotando o carro, caindo em um barranco com cerca de 7 metros de altura.
LEIA MAIS: Foragido de operação capota carro durante fuga e é procurado em matagal pela Polícia Civil
Mesmo ferido, no Uno bastante danificado, o suspeito de 23 anos fugiu pela área de mata e não foi mais encontrado. Está na condição de foragido. Preso preventivamente, Tramandaí prestou depoimento e foi conduzido ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Já o adolescente apreendido foi encaminhado à Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) de Porto Alegre.
Publicidade
Os nomes dos investigados foram mantidos em sigilo. As apurações prosseguem, e buscas serão realizadas ao jovem que ainda está foragido. Não se descarta que mais pessoas tenham relação com a tentativa de homicídio. A Polícia Civil também vai tentar descobrir se houve mais executores e um possível mandante desse crime.
A Gazeta do Sul procurou o delegado Anderson Faturi para falar sobre a investigação. No entanto, ele respondeu que não comentaria o caso, atendendo a determinação da Associação dos Delegados de Polícia no Rio Grande do Sul (Asdep), que suspendeu entrevistas e o repasse de informações à imprensa em protesto pelo reajuste – considerado baixo pela categoria – que o governo do Estado propôs para o salário dos delegados.
Publicidade
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙
This website uses cookies.