Enquanto em algumas áreas do Rio Grande do Sul os produtores ainda trabalham no plantio da nova safra de tabaco, na região do Vale do Rio Pardo alguns, que plantaram mais cedo, já iniciaram a colheita. De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), até o último sábado cerca de 3% dos agricultores dessa área já tinham começado a colher a produção da safra 2017/2018. Um destes é Fábio Luiz da Silva, 36 anos, do interior de Vale Verde. Ele plantou 32 mil pés para o novo ciclo, dos quais 22 mil em 24 de maio e 10 mil em junho. Em 15 de setembro iniciou o recolhimento do tabaco implantado primeiro, que “deu poucas folhas, mas abriu bem as ponteiras”.
Silva conta que já colheu duas fornadas das folhas do baixeiro e uma de segunda coleta. Faltam a terceira e depois a parte final. Os 10 mil pés plantados em junho ainda estão pequenos. Há quatro anos como fumicultor, ele costuma iniciar o plantio cedo, porém, em junho. Nos anos anteriores fazia a semeadura nas bandejas em 1º de abril e em 60 dias estava com as mudas prontas para transplante. Este ano semeou na mesma data, mas o desenvolvimento das mudas ocorreu em menos tempo, devido ao calor fora de época. Por isso, fez o plantio da primeira etapa em maio.
O produtor diz que prefere sempre antecipar o transplante para evitar o trabalho de colheita no período mais quente. Em 2016, em novembro estava com a atividade concluída. A desvantagem de plantar cedo, segundo Silva, é o risco de geada. Este ano, em junho, a geada atingiu o tabaco da primeira etapa. “Sapecou em torno de 15 mil pés”, conta, acrescentando que ainda não tem como calcular as perdas. No entanto, conforme observou o pai dele, Arceleu da Silva, o plantio cedo evita possibilidade de perdas por queda de granizo em dezembro, que é um período de risco de ocorrência desse tipo de fenômeno.
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Fábio Silva tem galpão para armazenar a produção, mas prefere vender logo no início do período de comercialização, para evitar risco de ter o produto roubado. Após a colheita do tabaco, ele planta milho, para consumo da família dele e do pai (dono da propriedade em que planta), e para fazer silagem que serve como alimento dos animais. Possui bois para trabalho e vacas para produção de leite, visando consumo próprio.
Plantio na região se aproxima do término
O gerente técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Paulo Vicente Ogliari, observa que agora ainda seria época só de plantar. Explica que o calor ocorrido em vários dias do inverno propiciou o desenvolvimento das plantas mais rápido que o normal, por isso alguns, que plantaram cedo, já iniciaram a coleta em setembro. No ano passado, o número de agricultores que havia começado a colheita chegou a 3% apenas em 15 de outubro. O período mais indicado para o plantio é setembro e meados de outubro, e para colheita, a partir de novembro.
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Ogliari diz que no Vale do Rio Pardo falta o transplante de menos de 5% das mudas para as lavouras da safra 2017/2018. Na parte baixa dessa região, está finalizado. No Sul do Brasil, o plantio já chega a 60% das mudas previstas para os três estados (RS, SC e PR). “Só não está mais adiantado porque, na região Sul do Rio Grande do Sul e no norte de Santa Catarina e Paraná, choveu abaixo da média em setembro, fazendo com que atrasasse o plantio devido à baixa umidade no solo.”
A estimativa da Afubra é que a área plantada na nova safra, nos três estados do Sul do Brasil, seja a mesma do ciclo 2016/2017, que foi de 298.530 hectares.
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