Há muitos anos que fiscais da Fazenda Pública estadual do Rio Grande do Sul recebem um adicional sobre o aumento de arrecadação de tributos. Um absurdo.
Agora outro absurdo. Os procuradores do Estado também querem um adicional, denominado “verba de sucumbência”. Esperta e eufemisticamente chamada pelos procuradores de “honorários de sucumbência”.
Os procuradores públicos são advogados e funcionários do Estado. A verba de sucumbência pertence ao vencedor da ação judicial. No caso, nosso Estado. Ou seja, é dinheiro público.
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Tanto o aumento da arrecadação de tributos quanto a verba de sucumbência, respectiva e relativamente frutos do trabalho de fiscais da fazenda e procuradores do Estado, pertencem ao povo do Rio Grande do Sul.
Fiscais da Fazenda Pública e procuradores do Estado têm um ótimo salário inicial e progressões de carreira. Aliás, condições combinadas previamente ao tempo dos concursos públicos de acesso aos respectivos cargos.
Importante dizer que tais valores adicionais também serão pagos aos fiscais e procuradores aposentados. Mais um absurdo.
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Parênteses: possivelmente, nosso querido Brasil seja o único caso mundial em que aposentação do serviço público significa aumento de remuneração.
Claro que estas concessões não caem do céu. Nestes dois exemplos, os principais responsáveis foram e são os deputados estaduais que aprovam tais leis e privilégios. Menos por convicção e muito mais por medo das corporações.
Recentemente, a maioria dos deputados não aprovou proposta do governador José Ivo Sartori de repartição proporcional da arrecadação tributária disponível entre os poderes de Estado. Ainda que um paliativo, seria uma forma de amenizar a crise financeira estadual.
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Ao tempo do governo de Yeda Crusius já acontecera algo parecido. A Assembleia Legislativa rejeitara um “pacote” de ajustes. Dias depois, entretanto, houve acordo de líderes para votar (e aprovar!) projetos de aumento que favoreceram juízes, membros do Ministério Público e defensores públicos.
Ou seja, os deputados submeteram-se à pressão dos ricos servidores destes poderes. Sem esquecer os demais “primos” ricos Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas.
Enquanto isto, sindicatos dos trabalhadores do Poder Executivo (e deputados de oposição) reclamam somente do governador. É mais fácil. Mas é demagógico. Pior: fazem o jogo dos “primos” ricos!
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