O primeiro elevador da cidade foi instalado em 1º de novembro de 1941 no Hospital Santa Cruz. O equipamento, que já foi substituído há muitos anos, virou uma atração. Brincava-se que alguns ficavam doentes “só para andar de elevador”.
O hospital, inaugurado em 22 de maio de 1908, passou por diversas ampliações. Em 1941, quando o diretor clínico era o médico Arthur Kliemann, foi instalado o elevador (Fahrstuhl, como se dizia em alemão).
A medida foi saudada pelos pacientes, médicos, enfermeiras e auxiliares. Segundo relato da irmã Marta Utzig, até aquela data os doentes eram carregados escada acima, escada abaixo, em uma tábua retangular (padiola). Crianças e pessoas mais leves eram levadas nos braços. Com obesos, a situação era crítica.
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A instalação do elevador, com capacidade para 420 quilos, não foi simples, pois não havia tecnologia na região. Por esse motivo, foram chamados dois técnicos alemães que se encontravam no Estado, prestando serviços no frigorífico Swift Armour, em Rio Grande.
Ernst (Ernesto) Meininger executou a parte elétrica e acabou ficando na cidade, onde casou com Anna Ida Assmann. Eles tiveram um filho (Walter, já falecido). A parte mecânica e hidráulica foi feita por Hans Glanzner, que veio com a esposa e três filhos.
O centro cirúrgico ficava no segundo andar, a clínica médica no terceiro e o ambulatório ficava no térreo. No porão estavam as salas dos carentes, amparados pelas franciscanas. A sincronia da parte elétrica com a mecânica, o parar e abrir a porta (estilo sanfona) em cada andar, foi complexo. A rede de energia precisou de reforço.
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Por muito tempo, a família Meininger, de Santa Cruz do Sul, era a única conhecida no Brasil. Somente há pouco tempo foram encontrados mais dois sobrenomes iguais, na área central do País. Os Glanszner, por sua vez, moraram alguns anos na cidade e depois transferiram residência para Porto Alegre.
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