Reclamação comum de motoristas que precisam estacionar no Centro de Santa Cruz do Sul, a falta de vagas para carros, pelo menos nessa terça-feira, 1º, parecia estar solucionada. Em quadras conhecidas pela concorrência, o que se observou no primeiro dia de mudança no sistema do estacionamento rotativo pago, o Rapidinho, foi uma facilidade para encontrar espaços livres. A rotatividade também foi apontada pelo número de advertências por ultrapassar o tempo-limite de duas horas: até as 16 horas, apenas 50 pessoas haviam descumprido a regra. Desde essa terça-feira, os condutores podem deixar seus veículos estacionados em um mesmo local por, no máximo, duas horas. Se precisarem de mais tempo, devem retirar o carro e colocar em outra vaga disponível.
Uma quadra que chamou a atenção pelos espaços vagos foi na Tenente Coronel Brito, entre a Júlio de Castilhos e a 28 de Setembro. Às 14h10, das 33 vagas, oito estavam disponíveis. Um pouco adiante, na 28 de Setembro, entre a Tenente Coronel Brito e a Marechal Floriano, outros cinco espaços sobravam. Até mesmo na Marechal Deodoro – a rua dos bancos –, no trecho entre a 28 de Setembro e a Ramiro Barcelos, havia pelo menos três vagas por volta das 14h40.
A disponibilidade de espaços foi verificada tanto por comerciantes quanto por quem necessita do estacionamento. A santa-cruzense Palmira dos Santos ainda desconhecia as mudanças, mas notou a diferença. “Achei uma vaga fácil aqui na 28 de Setembro, nunca tinha aqui. Hoje encontrei e, ainda mais, perto do local onde pretendia ir”, conta. O empresário Joel Figueiredo também observa os espaços vagos. “Sempre faltava vaga para os clientes estacionarem, muitos até deixavam de entrar por não encontrar lugar, e nesta manhã tinha vagas sobrando. O ruim é que o limite de duas horas é pouco para quem tem muita coisa a fazer no Centro”, avalia.
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Palmira encontrou um lugar
Foto: Rodrigo Assmann
Monitoras do Rapidinho observaram que pela manhã a disponibilidade era ainda maior. “Até as 10h30 essa quadra estava quase vazia. Não sei se o pessoal está com medo de passar do tempo limite ou é outro motivo”, comenta uma trabalhadora que não quis se identificar. No entanto, de acordo com ela, ainda há condutores que não se preocupam com as penalidades. “Avisei uma mulher que ela já havia passado do tempo, mas nem deu bola. Disse que isso não daria em nada e não trocou o carro de lugar”, conta. E se antes a queixa era sobre a falta de vaga, nessa terça foi o limite do tempo. “Tem muita gente vindo reclamar disso”, revela outra monitora.
Teste mais rigoroso a partir de sexta-feira
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Para o secretário municipal de Transportes e Serviços Urbanos, Gerson Vargas, a avaliação do primeiro dia é positiva. “Estive no Centro pela manhã e observei a rotatividade e a liberação de espaços. Esperamos que continue assim”, diz. “Acredito que na sexta-feira e na segunda, quando houver uma movimentação maior no comércio em razão do pagamento de salários, poderemos ter mais certeza se o sistema vai dar certo.”
O Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro) informou que até as 16 horas foram emitidas 50 advertências por exceder o limite de duas horas. A entidade avaliou o número como baixo se forem consideradas as 1.480 vagas da área azul. Além disso, informou que o giro das vagas foi representativo, mas disse que ainda não havia um levantamento detalhado da circulação de veículos.
Empresários esperam por reflexos
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Proprietários de estacionamentos no Centro acreditam que a médio e longo prazo as mudanças do Rapidinho devem refletir na procura pelo serviço privado. Embora o novo sistema aumente a rotatividade de veículos – e, por consequência, gere mais vagas –, a expectativa é de que aqueles que utilizavam a área azul por mais de duas horas acabem recorrendo aos estacionamentos fechados. Responsável por uma garagem na Rua Fernando Abott, Moacir Bampi conta que apenas nesta semana dez pessoas procuraram por vagas no local que administra para o irmão. “Sempre havia uma vaga sobrando, agora não tem mais.” De acordo com ele, a empresa possui 21 vagas e deve ampliar o espaço nos próximos meses.
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