A primeira audiência do caso que envolve o brutal assassinato do médico santa-cruzense Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, ocorre nesta quinta-feira, 22, em Dourados, Mato Grosso do Sul, cidade onde o crime foi cometido. A sessão, realizada por meio de videoconferência, marca o início da fase de instrução do processo, na qual as primeiras testemunhas serão ouvidas.
Nove pessoas, indicadas tanto pela acusação quanto pelas defesas dos réus, devem prestar depoimento nesta audiência. Entre os pontos que serão abordados, espera-se que as testemunhas forneçam informações cruciais que ajudem a esclarecer os detalhes do crime. Os quatro acusados, no entanto, devem ser interrogados apenas em uma audiência futura.
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Após a conclusão dessa etapa de instrução, o Judiciário decidirá se os réus Bruna Nathália de Paiva, Gustavo Kenedi Teixeira, Keven Rangel Barbosa e Guilherme Augusto Santana irão a júri popular. Eles são acusados de homicídio qualificado, tortura e furto qualificado.
O crime
O crime ocorreu no final de julho do ano passado. Gabriel, que havia acabado de sair do trabalho, foi atraído para uma casa no Bairro Vila Hilda, onde foi torturado e estrangulado. Suas mãos e pés foram amarrados com fios de televisão e carregadores de celular. A cena do crime apresentava manchas de sangue nas paredes e sacolas plásticas. Segundo as investigações, o médico ficou agonizando por pelo menos 48 horas até sucumbir aos ferimentos.
O corpo de Gabriel foi encontrado em 3 de agosto, quando uma vizinha percebeu um forte odor vindo da residência e acionou a Polícia Militar. Ao chegarem ao local, os policiais identificaram a vítima e seu carro, um HB20 cinza, estacionado em frente à casa. A decomposição avançada do corpo indicava que o crime havia sido cometido dias antes.
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Conforme as investigações progrediram, novos detalhes vieram à tona. A casa onde o médico foi morto havia sido alugada por 15 dias por um grupo criminoso, liderado por Bruna Nathália de Paiva, apontada como a mandante do crime. Gabriel teria ido voluntariamente ao local para se encontrar com pessoas conhecidas, mas acabou sendo vítima de um plano orquestrado pela quadrilha. A motivação do crime estaria ligada a uma dívida de cerca de R$ 500 mil que Bruna tinha com Gabriel, relacionada a serviços prestados para o esquema criminoso do qual ela fazia parte. Gabriel teria ameaçado delatar o grupo à polícia caso não recebesse o pagamento, o que culminou em sua morte.
Os quatro envolvidos foram presos em 7 de agosto, a mais de 1,3 mil quilômetros de distância do local do crime, em Pará de Minas, Minas Gerais, onde se escondiam.
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