O início de uma primavera que promete temperaturas acima da média no Rio Grande do Sul alerta para um problema conhecido e que, especialmente nos últimos meses, tem gerado muita preocupação em Santa Cruz do Sul: os focos do mosquito da dengue. Segundo o último levantamento, o município já acumula 143 focos entre janeiro e o fim de agosto. O número é 615% maior do que o registrado em todo o 2016, quando 20 haviam sido localizados.
Em entrevista à Rádio Gazeta nesta quinta-feira, o coordenador municipal do Departamento de Ações de Combate ao Mosquito da Dengue da Vigilância Sanitária de Santa Cruz, Leonardo Rodrigues, disse que a situação mais alarmante se dá no Bairro Schulz, onde 66 focos foram encontrados. Depois vêm o Senai, com 35, e o Goiás e Centro, com dez em cada. São sete bairros infestados. “O Aedes aegypti é um mosquito urbano que procura se instalar nos pátios das casas onde há água parada. É por isso que os focos estão concentrados em espaços onde há imóveis, e não no Lago Dourado, como muitos pensam.”
Rodrigues acrescenta que neste momento, quando o clima começa a ficar mais quente e úmido, é preciso uma colaboração mais efetiva da comunidade, já que o calor acelera o ciclo do mosquito. “Não adianta só os agentes passarem de casa em casa e conferir ralos, vasos, bebedouros de animais, calhas e outros objetos que acumulam água. Os moradores precisam, pelo menos de 15 em 15 dias, fazer essa ‘varredura’”.
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Ele também frisa que, além de eliminar a água parada, é preciso limpar os objetos com esponjas, pois os ovos do inseto podem perdurar por 400 dias. Ou seja, mesmo se o local onde o ovo foi depositado ficar sem água, não significa que a ameaça acabou. “Às vezes as pessoas reclamam que somos insistentes, mas não podemos ficar apáticos frente a esse salto no número de focos.” Esta semana, as equipes visitam as casas do Bairro Renascença. Nenhum caso de dengue foi registrado em Santa Cruz este ano.