Mesmo com a troca de estação, os gaúchos não devem escapar da chuva que vem ocorrendo em grande volume há algumas semanas. De acordo com a previsão da Climatempo, a tendência da primavera, que se inicia no Hemisfério Sul neste sábado, 23, às 3h50, e termina no dia 22 de dezembro, é de chuva e temperatura acima da média no Sul do Brasil, com formação de alguns ciclones durante a nova estação.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a primavera pode contar com episódios de Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM), que estão associados à ocorrência de chuvas fortes, rajadas de vento, descargas atmosféricas e eventual granizo. Essa previsão se deve ao fenômeno El Niño, que vai ter forte influência nesta primavera.
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Conforme Estael Sias, da MetSul Meteorologia, alguns meses podem terminar com o dobro ou até o triplo da precipitação média histórica no Rio Grande do Sul. Ainda de acordo com ela, novas enchentes devem ser esperadas pela população, que podem chegar a proporções expressivas. O Rio Uruguai, poupado das últimas grandes cheias, terá um risco maior de enchente ao longo da primavera.
O Inmet afirma que as temperaturas previstas tendem a ficar acima da média climatológica, exceto no Sul do Estado, onde poderão ser mais amenas devido aos dias consecutivos de chuva. Conforme Estael, os gaúchos devem esperar por maior umidade, que vai tornar os dias mais abafados e as noites mais quentes. “Em novembro e dezembro, cresce o risco de episódios de calor muito intenso a extremo que podem vir a caracterizar ondas de calor no Sul”, diz.
A meteorologista Ana Clara Marques antecipa que a previsão para outubro indica dias muito abafados, com sol, calor e umidade. Já novembro será um mês com tendência de mais aquecimento. “Há potencial para formação de episódios de ciclone na costa do Sul do Brasil, influência do El Niño. Mas, estatisticamente, é improvável que novos ciclones sejam iguais ao observado no início de setembro”, explica.
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Atenção para as lavouras
Na região Sul, o Inmet destaca que a previsão de chuva acima da média pode beneficiar o início da safra de grãos nessas áreas. No entanto, o Rio Grande do Sul exige atenção especial pelo excesso de precipitações nos próximos meses. Conforme o instituto, o excedente hídrico pode causar o encharcamento do solo e, consequentemente, prejudicar a colheita da safra de inverno e o início do plantio das culturas de grãos.
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