Diante do descrédito na previdência social, construído para justificar a reforma previdenciária, muitas pessoas pensaram em migrar para a previdência privada. Aliás, vários fizeram isso. Mas essa é uma boa opção? É a pergunta que muitos se fazem.
Antes de prosseguir, quero explicar que o trabalhador que exerce atividade remunerada é obrigado a pagar a previdência social. É um tributo, e como tal deve ser pago, embora saibamos que muitos não o fazem.
Há dois tipos de previdência privada: as entidades fechadas e as entidades abertas. A primeira espécie de entidades fechadas de previdência privada tem como participantes funcionários vinculados a empresas. As mais conhecidas são a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil; o Funcef, da Caixa, dentre outros. São chamadas de Fundos de Pensão. Outra espécie de entidades fechadas é aquela em que os participantes integram uma categoria profissional, como, por exemplo, os advogados que participam da OABPrev. Nas entidades fechadas, não há finalidade lucrativa e os participantes têm poder de participação e decisão.
Publicidade
LEIA MAIS: Previdência: ainda devo contribuir?
Já as entidades abertas têm objetivo de lucro e são mais uma espécie de investimento do que previdência. Não há vinculação entre os participantes.
Feitas essas considerações, é necessário voltar à pergunta: vale à pena?
Publicidade
Antes de mais nada, o cidadão deve contribuir para a previdência social, pelo menos sobre o salário mínimo. A lei permite que quem não exerce nenhuma atividade possa contribuir como facultativo. Acredito que, se o Brasil passar por dificuldades financeiras extremas, o último estágio será deixar de pagar aposentadorias do INSS. Atualmente, dois terços dos benefícios previdenciários são de salário mínimo. Seria muito cruel deixar de pagar benefícios básicos. Por isso, a primeira aposta deve ser na previdência social. Refiro-me não apenas ao mínimo, mas também quem tem condições de pagar mais deve fazer isso.
LEIA MAIS: Jane Berwanger: como é a preparação para a aposentadoria
Quem tem condições de, além de contribuir para o INSS, fazer uma previdência privada, terá um reforço para manter um bom padrão de vida quando não tiver mais condições de trabalho. Porém, não deve se iludir de que a aposentadoria será sempre vitalícia. A previdência privada é uma poupança, em que o participante vai sacar o valor aos poucos a partir de uma certa idade. Nas entidades fechadas em que há também o patrocínio das empresas, há contribuição tanto do trabalhador como da empresa, o que eleva o valor acumulado. Nas instituídas por entidades associativas, somente o participante contribui, mas ainda é mais vantajoso do que as abertas, que têm objetivo de obter lucro. Nenhum plano, atualmente, garante o valor do benefício, e tudo depende do contrato.
Publicidade
Por fim, é importante dizer que o pior cenário é daquela pessoa que não se preocupa com seu futuro, que não é “previdente”, que acha que vai ter condições de trabalhar para sempre. Melhor é pagar o INSS e, se possível, pagar também uma previdência privada (de preferência fechada), mas o pior de tudo é não fazer nada. Além de dar um panorama sobre a previdência privada, nosso objetivo aqui foi de atentar para a importância de se preocupar com o futuro.
LEIA MAIS: A união estável e a Previdência Social
Publicidade