O ministro da Saúde, Arthur Chioro, descartou, na manhã desta terça-feira, 2, um plano federal de vacinação contra a dengue no país. Segundo ele, o Brasil ainda não possui vacinas que estejam em níveis comprovados de eficácia e segurança para serem disponibilizados à população. Chioro afirmou que o país não será “tencionado por estratégias de mercado” e não virará “plataforma mundial de lançamento de produtos” farmacêuticos ainda não amplamente testados.
Há atualmente duas vacinas contra a doença em estágio mais avançado de desenvolvimento: uma do Instituto Butantan de São Paulo e outra do laboratório privado francês Sanofi Pasteur. A vacina do laboratório francês já foi submetida à análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O ministro ressaltou que o governo deseja que se desenvolva um medicamente eficaz e seguro contra a dengue, mas não sabe quando isso poderá ocorrer, se em 2016, 2017 ou 2018. “Nós não seremos tencionados por estratégias de mercado para colocar qualquer vacina a qualquer custo se não tiver eficácia comprovada e não tiver segurança para a população”, disse.
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“Se tivermos [um produto dentro do padrão esperado], o governo brasileiro vai fazer a discussão do preço e naturalmente a incorporação dessa tecnologia a serviço da população e da saúde brasileira.” Chioro participou na manhã desta terça-feira, 2, da divulgação da PNS (Pesquisa Nacional da Saúde), realizada pelo IBGE.
O levantamento mostrou que, em 2013, 10,4% da população declarou ter tido dengue diagnosticada por um médico alguma vez na sua vida. O Norte (16,1%) é o que tem a maior incidência da doença, seguido do Centro-Oeste (14,9%) e do Nordeste (13,5%). Sudeste (9,5%) e Sul (1%) têm menos casos.
De acordo com o ministro, é possível que esse número seja ainda maior, já que a pesquisa foi feita com base em entrevistas em domicílios e muitas pessoas nem sequer sabem que tiveram a doença. Mesmo com a gravidade da situação da dengue no país, o ministro afirmou que a pressão pela vacinação da doença embute, além do clamor da população, estratégias de mercado da indústria farmacêutica.
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O país vive um surto de dengue desde o início do ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados em 26 de maio, o Brasil registrou 846 mil casos de dengue nos cinco primeiros meses do ano, um avanço de 155% em comparação com igual período no ano passado. São Paulo lidera o número de notificações da doença, seguido de Minas Gerais e Goiás. Só nesse ano, 290 pessoas morreram por causa do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.
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