Foi identificando todo o trajeto percorrido por um Corsa sedan, através de imagens de câmeras do sistema de videomonitoramento da cidade, que a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) colocou um jovem de 23 anos e o seu tio, de 34, na cena de um dos homicídios de maior repercussão em Santa Cruz do Sul nos últimos tempos.
Ambos foram presos nessa segunda-feira, 11, na chamada Operação Juramento Divino. Em 26 de junho deste ano, por volta de 17h40, Lisiane Vieira Bicca, de 40 anos, foi assassinada com um tiro em sua casa, na Rua José de Oliveira Lopes, no Bairro São João. A mulher, que trabalhava em uma empresa fumageira, estava no banho quando foi alvejada por um disparo de pistola calibre 9 milímetros. Os seus três filhos menores encontravam-se no imóvel e viram a mãe, que estava grávida de quatro meses, ser assassinada.
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Na ofensiva dessa segunda, o rapaz de 23 anos, que teria sido o motorista do carro que foi até a casa de Lisiane, foi preso em um imóvel da Rua Adolfo Pritsch, no Bairro Bom Jesus, por volta de 6h30. Ele não tinha antecedentes e é sobrinho do segundo preso, que estava na carona no dia. O tio do jovem tem 34 anos e, segundo a investigação, teria efetuado o tiro fatal em Lisiane. Ele possui registro por tráfico em sua ficha e foi capturado às 17 horas, junto ao pedágio de Taquari, onde trabalhava monitorando o “pare e siga” de veículos em obras da Sacyr, na RSC-287.
Após prestar esclarecimentos na Deam, ambos foram conduzidos ao presídio. Seus nomes, assim como o conteúdo dos depoimentos, foram mantidos em sigilo pela delegada Raquel Schneider. “Ouvimos testemunhas e verificamos imagens do cercamento eletrônico, que foram fundamentais para chegarmos ao veículo. Seguimos nas investigações para identificar outros possíveis envolvidos”, comentou a delegada. Conforme os agentes, o nome da operação remete a um dos significados do nome da vítima.
Ex da vítima é envolvido em outro caso
No dia do crime, a Gazeta do Sul foi ao local e conversou com moradores e testemunhas. Segundo um parente, que preferiu ter o nome mantido em sigilo, o companheiro da vítima, que tem antecedentes policiais, teria cometido algum tipo de crime patrimonial contra uma das lideranças do tráfico na Zona Sul da cidade e, depois, foi embora para Santa Catarina.
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Em represália, o líder do tráfico, atualmente preso, teria mandado dois subordinados irem atrás dele na residência. A suspeita é de que os autores chegaram ao local, não encontraram o alvo inicial e atiraram contra a ex-companheira dele. Conforme a delegada Raquel Schneider, o ex-companheiro, que é pai dos filhos de Lisiane e também da criança que estava sendo gestada, foi localizado pela Deam e ouvido. O conteúdo do depoimento não foi revelado.
Ele tem 36 anos, e seu nome é mantido em sigilo. Esse homem foi identificado como um dos envolvidos em outro assassinato ocorrido dois meses antes do cometido contra sua ex. Segundo investigação da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), ele teria fornecido a um matador a pistola para executar Vitor Gabriel Nunes, de 18 anos, na Rua Canguçu, no Bairro Esmeralda, em 28 de abril.
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Ele cumpria prisão domiciliar na época do homicídio de Vitor e, posteriormente, saiu da cidade após pedir transferência para Santa Catarina. Nesse meio tempo, outra condenação, esta da Justiça de Santa Maria para ele, transitou em julgado. Com um acréscimo de pena, passou a cumprir regime fechado no estado vizinho. Agora, tem prisão preventiva decretada pelo homicídio do jovem de 18 anos e deve ser indiciado pela 2ª DP ao final do inquérito.
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