O prefeito afastado de Rio Pardo, Rafael Reis Barros (PSDB), renunciou ao cargo. O pedido de renúncia foi protocolado na Câmara na manhã desta terça-feira, 23, pelo advogado dele, Ezequiel Vetoretti. Barros está preso desde o dia 27 de maio junto ao Complexo Prisional de Canoas, na Região Metropolitana.
Ele é um dos alvos da Operação Camilo, da Polícia Federal, que revelou irregularidades em contratos na área da saúde na Cidade Histórica com desvios estimados em pelo menos R$ 15 milhões. A renúncia ocorreu uma semana após a Câmara autorizar a abertura de um processo de impeachment contra Rafael Barros.
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“Diante das acusações que recaíram sobre minha pessoa, no bojo da Força-Tarefa da Polícia Federal denominada ‘Operação Camilo’ e, considerando o grande respeito e carinho que tenho pelo Povo de Rio Pardo, renuncio ao mandato de Prefeito Municipal desta cidade, para que assim eu possa dedicar toda a atenção e preocupação em prol da minha defesa, para ao fim demonstrar que as acusações não retratam a verdade e estão amparadas em meras conjecturas”, diz o documento enviado para a Câmara de Vereadores de Rio Pardo.
No último dia 5, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) converteu a prisão temporária dele, do ex-procurador da Prefeitura Milton Coelho e de outros 11 acusados, em prisão preventiva, que não tem prazo.
A Operação Camilo foi deflagrada no dia 27 de maio quando 15 pessoas acabaram presas e 61 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 17 municípios do Rio Grande do Sul, além de cidades de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. O objetivo da investigação é apurar contratos assinados pela Prefeitura de Rio Pardo na área da saúde. O valor desviado chegaria a R$ 15 milhões.
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A apuração envolve a Associação Brasileira de Assistência Social, Saúde e Inclusão (Abrassi), responsável até então pela gestão do Hospital de Rio Pardo. A suspeita é de que os serviços eram terceirizados ou quarteirizados para empresas menores. Apensar de pagos, eles não eram entregues ou eram realizados de forma precária.
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A Abrassi seria um dos braços de outra entidade: o Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), alvo de, pelo menos, 20 inquéritos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. As investigações ainda apontam que a Abrassi repassava equipamentos de proteção individual vencidos para profissionais da saúde. Para evitar que a fraude fosse descoberta, as datas de validade eram retiradas dos produtos.
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O trabalho de apuração das denúncias é coordenado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Além de suspeitas de desvio de recursos, Rafael Barros, teria contratado uma empresa terceirizada para aplicar um produto nas ruas e locais de aglomeração em Rio Pardo. O objetivo era eliminar o coronavírus. No entanto, a investigação descobriu que a ordem era para que, quando acabassem os produtos de limpeza, o serviço fosse mantido com o uso apenas de água.
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