Preso na terça-feira da semana passada pela Polícia Civil após admitir ter assaltado dois motoboys nos dias 12 e 18 de agosto, um jovem de 21 anos foi conduzido ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, onde aguarda a sequência de um processo criminal para responder por roubo duplamente majorado, com as majorantes – dispositivos que podem ampliar a pena – de concurso de pessoas (era uma dupla) e emprego de arma de fogo.
Diferentemente do comparsa, de 19 anos, também identificado como autor confesso dos assaltos, mas sem nenhum antecedente, esse rapaz de 21, conforme o delegado Alessander Zucuni Garcia, vinha em uma “escalada criminosa”. Entre os delitos pelos quais é investigado está um dos casos de homicídio de maior repercussão em Santa Cruz neste ano. No dia 10 de fevereiro, às 13h30, Aline Viana Alencar, de 32 anos, foi morta a golpes de machado no Bairro Santa Vitória.
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Naquela data, pouco tempo depois, por volta de 14h30, uma guarnição da Força Tática da Brigada Militar visualizou um Chevrolet Corsa prata nas imediações do Hospitalzinho. O automóvel fez uma manobra suspeita ao tentar escapar da viatura. No carro, que foi abordado, estavam dois jovens: o motorista, preso da semana passada, e outro adolescente, de 17 anos, no banco do carona. Esse último estava sujo de sangue, principalmente nas mãos e pernas.
Ele foi identificado como foragido da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), onde cumpria internação pelo homicídio de Carlos William Oliveira de Freitas, de 22 anos, ocorrido em 27 de outubro de 2021, no Bairro Margarida. Ao ser questionado pelos policiais militares, o adolescente confessou que havia assassinado Aline momentos antes.
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Em seu depoimento, o homem de 21 anos afirmou que apenas deu carona ao adolescente e que não participou do crime. Chegou a ser detido e algemado pela Força Tática, mas foi liberado, permanecendo como investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). “A participação deste rapaz de 21 anos no caso da Aline segue em apuração. Há indícios de que ele possa ter participado do homicídio. Continuamos investigando para averiguar mais provas”, comentou a delegada Raquel Schneider.
Uma das análises a serem feitas é a perícia nos celulares dos investigados, que pode indicar a participação de forma mais contundente. O adolescente que confessou o assassinato foi reconduzido à Fase e responde a ato infracional de homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras de motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
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Crimes entrelaçados
A motivação do homicídio de Aline Viana Alencar, afirmada pelo autor do crime, remete ao outro caso de assassinato ocorrido horas antes, também no Santa Vitória. Por volta das 10 horas do dia 10 de fevereiro, Mirian Terezinha Pinto Quevedo, de 57 anos, foi assassinada dentro do chamado Mercado do Toco, do qual era proprietária, na Rua Guilherme Keber. Ela foi morta próximo ao caixa, com quatro golpes de picareta.
Apreendido depois, o adolescente de 17 anos disse aos PMs que havia matado Aline porque teria sido ela a assassina de Mirian, que ele considerava sua mãe de criação. Embora a motivação para o segundo homicídio remeta à autoria do primeiro, a Deam ainda busca comprovar se, de fato, foi a mulher de 32 anos que assassinou a proprietária do mercado.
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Ficha extensa
Preso no dia 3 de outubro pelos assaltos aos motoboys, o homem investigado pelo homicídio de Aline Viana também é suspeito de ter cometido uma tentativa de assassinato em 24 de março deste ano. Ele teria se aproximado em uma motocicleta, junto de um comparsa, de uma via no Loteamento Residencial Viver Bem, no Bairro Dona Carlota, onde estava um jovem de 19 anos, e efetuado disparos contra ele. A vítima sobreviveu.
O inquérito continua em andamento na 2ª Delegacia de Polícia. Sob sua posse, em duas oportunidades, nos dias 11 de abril e 30 de agosto deste ano, policiais também apreenderam uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 38. Há em seus antecedentes outros delitos, como ameaça e vias de fato. Os nomes dos envolvidos nos crimes foram mantidos em sigilo pelas autoridades policiais.
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