Preso o gerente do “delivery” de drogas sintéticas

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Santa Cruz do Sul avançou em um caso que é tratado como um dos mais desafiadores nos últimos anos para a polícia local. Trata-se da investigação que visa desmantelar por completo um esquema de tráfico de drogas sintéticas que vem sendo realizado por um grupo criminoso no município.

Nessa terça-feira, 21, um jovem de 21 anos foi preso e uma arma, carregadores, munições e porções de entorpecentes foram apreendidos, no desdobramento da chamada Operação Delivery, deflagrada em setembro pela Polícia Civil. Naquela oportunidade, um depósito de entorpecentes com origem sintética, como ecstasy, MDMA em forma bruta e metanfetamina em formato de cristal, foi descoberto pela Draco em um apartamento situado na Rua São José, no Bairro Avenida.

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Os alvos, naquela ocasião, eram dois motoboys clandestinos que faziam a entrega dos entorpecentes para os usuários, em um sistema de delivery. Já o jovem preso nessa terça é tratado na investigação como um integrante acima na ordem de comando do grupo. “O preso nesta terça-feira é o gerente, estando abaixo do chefe do grupo e atuando diretamente a mando dele. Esses mandados de busca foram realizados para fins de coleta de provas, para instruir as investigações”, comentou o delegado Marcelo Chiara Teixeira.

Ao todo, dez mandados de busca foram cumpridos nessa terça, com o apoio da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) e DP de Vera Cruz. A prisão aconteceu em uma propriedade do Acesso Grasel. No local, uma pistola calibre 9 milímetros foi encontrada. Durante a operação, os agentes descobriram que essa arma é uma das 192 pistolas que foram furtadas em uma loja de Florianópolis, em 5 de agosto.

Na oportunidade, os criminosos ainda levaram oito revólveres e mil munições de calibre 9 milímetros. Na residência onde estava o jovem, a polícia também apreendeu três celulares, porções de maconha, documentos, e dois carregadores e munições para a pistola apreendida. O preso, que possuía antecedentes por posse de entorpecentes e ameaça, foi preso em flagrante por tráfico, posse de arma de fogo e receptação. Ele foi conduzido ao Presídio Regional. O nome é mantido em sigilo.

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Motoboys ainda são investigados

Na metade deste ano, a aparição das drogas sintéticas em abordagens policiais realizadas em Santa Cruz chamou a atenção. Entre junho e agosto, a Polícia Civil e a Brigada Militar apreenderam grandes quantidades de metanfetamina em formato de cristal, MDMA, ecstasy, LSD, quetamina e outras substâncias. A investigação da Draco sobre as drogas sintéticas, porém, vem de mais tempo.

Iniciou-se na metade de 2020 e terminou por prender, em novembro do ano passado, dois jovens de 20 e 24 anos, soltos pela Justiça posteriormente. Mais tarde, eles seriam confirmados como os motoboys alvos da Operação Delivery, deflagrada em setembro, quando a polícia identificou que eles guardavam os tóxicos no apartamento da Rua São José.

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Embora a dupla tenha sido alvo na ofensiva de setembro e também na de terça, eles não estavam nos locais durante as operações de cumprimento dos mandados e encontram-se em liberdade. “Eles seguem investigados no inquérito, que ainda não foi concluído”, salientou Marcelo Chiara Teixeira.

Conforme o responsável pela Draco, os indiciamentos finais do bando vão depender da conclusão da investigação. Os celulares apreendidos nessa terça serão periciados após quebra do sigilo telefônico pela Justiça. Outra questão que a especializada busca esclarecer no decorrer do inquérito é como as substâncias sintéticas estão chegando a Santa Cruz do Sul.

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Apreensões que foram feitas em setembro | Fotos: Rafaelly Machado/Banco de Imagens

Na busca pelo líder

A investigação da Draco sobre o caso se torna desafiadora devido às poucas informações que circulam dentro do universo das drogas sintéticas. Diferente de outros grupos criminosos, que atuam em bocas de fumo pelos bairros, este age sob demanda, para um grupo bem específico de consumidores. Conforme os investigadores, o assunto é muito restrito, poucas informações circulam e o grupo que tem acesso a essas substâncias é mais elitizado, menor, frequenta festas fechadas.

“As investigações prosseguem com as provas coletadas nesta operação e outras diligências que serão feitas, com o objetivo de identificar todos os integrantes do grupo e remeter o inquérito policial com os devidos indiciamentos ao Poder Judiciário”, finalizou o delegado Marcelo Chiara Teixeira. O próximo alvo direto da investigação é o principal líder do grupo criminoso.

Seu nome continua mantido em sigilo. Durante a Operação Delivery, o delegado regional Luciano Menezes falou de forma sucinta sobre o comandante do grupo. “É um indivíduo pouco visto. Podemos dizer que o chefe desse esquema é um dos maiores distribuidores de drogas sintéticas em Santa Cruz, e ele é o nosso objetivo.”

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Apreensões que foram feitas em setembro | Fotos: Rafaelly Machado/Banco de Imagens

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