A alta de casos da Covid-19 em todo o Estado vem gerando reflexos também no sistema penitenciário gaúcho. Nos primeiros 80 dias deste ano, o número de infectados aumentou quase seis vezes. Passaram de 25 apenados acometidos pela doença em 1º de janeiro para 146 no último boletim diário divulgado pela Secretaria da Administração Penitenciária (Seapen), com dados até 22 de março – um crescimento de 484%. Ao longo de um ano da pandemia, 2.138 presos foram infectados e 11 morreram por complicações da doença. E
m todo o País, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 154 apenados morreram por coronavírus até 22 de março. Empatado com o Paraná, o Rio Grande do Sul é o terceiro estado com maior número de mortos, atrás de São Paulo (40) e Rio de Janeiro (16). No Estado, são 25 casas prisionais com presos infectados atualmente. Uma situação crítica que chama a atenção é o Presídio Estadual de Cruz Alta, que está com 51 casos ativos.
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Fugindo à regra, o Presídio Regional de Santa Cruz do Sul não possui nenhum preso com diagnóstico confirmado para o coronavírus. Apenas dois homens aguardam o resultado dos testes e são tratados como casos suspeitos. De acordo com a responsável pela 8ª Delegacia Penitenciária Regional (8ª DPR), delegada Samantha Longo, durante a pandemia, de março de 2020 a março de 2021, foram 406 presos testados e negativados; 77 presos confirmados, que ficaram em isolamento e se recuperaram; e nenhuma internação ou óbito por Covid-19.
Ela salientou o trabalho desempenhado no local para garantir que não haja um surto. “No Presídio Regional de Santa Cruz, assim como em todas as unidades prisionais da 8ª DPR, foram criadas celas de triagem de saúde, ou seja, locais específicos para alojamento de presos de entrada (novas prisões), onde eles permanecem isolados da massa carcerária por 14 dias, antes de serem integrados aos demais detentos”, explicou Samantha.
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APENAS UM ÓBITO NA ÁREA DA 8ª
Nos casos em que os presos apresentam qualquer sintoma relativo à Covid-19, eles são conduzidos para atendimento médico através das unidades de saúde internas nos presídios que as possuem, ou pelo atendimento da rede municipal. As orientações médicas de isolamento social são seguidas. Após o período de isolamento de 14 dias, antes de entrar de fato para a massa carcerária, eles passam por triagem de saúde com uma série de testes rápidos, como HIV, sífilis, hepatite B e C, além de exame para Covid-19 e uma triagem com o serviço social.
Nas 11 unidades prisionais do Vale do Rio Pardo e Taquari, que são de competência administrativa da 8a DPR, houve apenas uma morte durante o ano de pandemia, de um detento do Presídio Estadual de Lajeado. “Já era um preso com idade avançada e comorbidades. Ficou por longo período internado no hospital e, por causas diversas, veio a óbito durante a internação”, explicou a delegada penitenciária, Samantha Longo.
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Livres do vírus e auxiliando na prevenção
Durante este período, em razão da necessidade de contenção do contágio, houve a suspensão das visitas ou a adoção de regras mais rígidas. “Felizmente, em nossos presídios, através de um trabalho de conscientização de apenados e visitantes, não houve casos graves de indisciplina”, afirmou a delegada Samantha Longo.
Durante a pandemia do novo coronavírus, a 8ª DPR criou duas oficinas de costura. Através da mão de obra prisional e em conformidade com as regras de saúde da Anvisa, estão sendo fabricadas diariamente máscaras descartáveis para proteção individual de presos, servidores e visitantes. “Essas oficinas também fazem um trabalho social, visto que possibilitam a doação dos EPIs a hospitais, escolas e demais instituições da segurança pública”, salientou a delegada.
As oficinas estão localizadas junto ao anexo feminino do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, e também no Presídio Feminino de Lajeado. “Ainda neste período, também estão sendo disponibilizados de forma contínua materiais de higiene e limpeza, para que, de forma diária, sejam realizadas higienizações nos presídios e nos materiais de uso comum”, complementou Samantha.
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