Desde a noite de segunda-feira, 29, o Presídio Central de Porto Alegre está proibido de receber detentos. A decisão da Justiça causou acúmulo de presos em flagrante em celas das delegacias judiciárias na capital e na Região Metropolitana. Na manhã desta terça-feira, 30, pelo menos 26 homens estavam aguardando encaminhamento para presídios, sendo que 13 estavam divididos em duas celas na mesma delegacia.
Segundo o delegado Cleber Ferreira, da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre, a situação mostra “o caos” que é o sistema prisional. “Recebemos a notícia de que estava interditado (o Presídio Central), o que acarretou neste problema, já que aqui temos salas de contenção e não há alimento ou possibilidade de banho”, explicou em entrevista ao jornal Correio do Povo. De acordo com Ferreira, a falta de comida causou agitação nas celas e os policiais se viram obrigados a dividir alimentos para acalmar os detentos.
O juiz da Vara de Execuções Criminais, Sidinei Brzusca, proibiu o envio de presos em flagrante para o Presídio Central de Porto Alegre, desde segunda-feira, até que os presos condenados sejam transferidos para outras instituições. A decisão que proíbe a presença de presos condenados por mais de 24 horas no local existe há 20 anos, mas só está sendo cumprida agora.
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Os presos que aguardam nas delegacias serão encaminhados para presídios da Região Metropolitana ainda netsa terça-feira, 30. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) não divulgou para onde eles serão levados. De acordo com um levantamento realizado pelo Presídio Central, 1,5 mil dos 4 mil detentos da instituição deverão ser transferidos para o Complexo Penitenciário de Canoas, assim que estiver concluído.