O evento Tá na Hora deste mês foi realizado nessa terça-feira, 17, pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul em parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RS). O presidente da entidade sindical, Claudio Teitelbaum, foi o palestrante, tendo como pauta As perspectivas da indústria da construção civil no Rio Grande do Sul. Em sua fala, apresentou o desempenho do setor e apontou o que considera um entrave para o desenvolvimento local: o plano diretor restritivo.
Teitelbaum defende que o Município precisa atualizar a legislação para ter crescimento assemelhado a outros, que já fizeram a mudança. “É preciso mudar o índice construtivo, permitir as fachadas ativas e criar mecanismos como a isenção de ISS como incentivo à utilização da área central, sob pena de transformá-la em um espaço de insegurança e abandono, devido aos altos preços”, alerta.
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Afora essas questões burocráticas, que são percebidas em Santa Cruz e também em muitos dos outros 350 municípios abrangidos pelo Sinduscon-RS, o palestrante reforçou que o setor vive um momento de boas perspectivas. Primeiro, porque vem de uma série de resultados positivos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostra a abertura e o fechamento de vagas no mercado formal. Depois, espera a liberação de recursos do governo federal para a concretização do novo Minha Casa, Minha Vida, incluindo o aumento da faixa de valores, até R$ 350 mil.
“É preciso, porém, que esses valores sejam distribuídos de forma igualitária, permitindo que todo o País tenha acesso à habitação.” Com esse incremento, por meio do incentivo governamental – e confirmando-se as expectativas de crescimento do País em 2023 e 2024 e a previsão de a taxa de juros fechar o próximo ano abaixo dos 10% –, Teitelbaum acredita em um desempenho positivo para o setor. Em Santa Cruz, a construção civil tem cerca de 3 mil contratos de trabalho diretos. Considerando os indiretos, o mercado informal e os autônomos, o número chega a 12 mil, o que representa quase 10% da população local.
Os desafios e as potencialidades do setor
A construção civil costuma ser um dos setores que dão suporte à economia nacional. Nos últimos dois anos, por exemplo, teve o dobro do crescimento em comparação com a indústria. O mercado tem estado aquecido, mas é preciso atenção a uma série de fatores macro, que extrapolam as iniciativas dos empreendedores.
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Um dos exemplos citados pelo presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum, é a necessidade da realização de reformas, como a administrativa, que deve representar redução dos gastos públicos; e a tributária, que incluiu o segmento como excepcionalidade. “Não podemos ter aumento de carga, porque acabaremos tendo que repassar ao consumidor”, adianta.
Outro fator que merece atenção é a saída de recursos da poupança. Neste ano, foram mais de R$ 72 bilhões. A aplicação, que costuma ser a preferida dos brasileiros, é a fonte de recursos para empreendimentos da habitação. Quanto menor for a fonte, menos dinheiro circula no mercado e mais caro fica o financiamento, o que dificulta a aquisição por parte dos clientes.
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De outros países também vêm sinais de alerta. Como nos demais setores da economia, preocupam a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito no Oriente Médio, entre Hamas e Israel. Soma-se a esses movimentos bélicos a crise imobiliária na China, que deve causar impactos em todo o mundo, ainda incertos se positivos ou negativos.
Tudo isso faz com que os empresários atuem de forma planejada, porque os terrenos estão mais caros, assim como a mão de obra e os insumos – que aumentaram acima do INCC – e o preço do CUB, que são balizadores do setor. Mesmo assim, o segmento segue com força, tendo estoque de 128 mil empregos com carteira assinada no Estado, conforme o Caged. Isso pode chegar a 800 mil indiretos. Além daqueles que atuam em trabalho e fornecimento de insumos, a construção civil envolve outros 97 setores.
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Ação social
O Sinduscon-RS, diante dos fenômenos naturais que causaram grande destruição em municípios do Vale do Taquari, firmou parceria com o Estado e prefeituras para a construção de 270 módulos habitacionais em seis cidades. Cada estrutura terá 18 metros quadrados, servindo como habitação provisória para três pessoas. Famílias com número maior de integrantes terão espaços maiores. Assim que for realizado o processo para uma moradia definitiva, essas construções poderão ser utilizadas pelos municípios para outros fins sociais.
Aberta ao diálogo
Sobre a manifestação do Sinduscon, a Prefeitura, por meio da assessoria de comunicação, disse que “toda sugestão é bem-vinda e que está aberta ao diálogo”. Acrescentou que o Plano Diretor foi alterado em 2019, após debate entre a sociedade, entidades de classe e poderes Legislativo e Executivo.
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