No dia 22 de agosto, a polícia apreendeu a SUV Fiat Freemont branca ano 2012, com valor estimado em R$ 45 mil, que seria de propriedade de Marco Antonio Almeida de Moraes, administrador afastado da Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan). O sequestro foi autorizado pela Justiça para ficar em uso provisório da Asan, enquanto tramita a investigação, e também para garantir um eventual ressarcimento da entidade ao final do processo, caso os desvios de verbas sejam comprovados.
Conforme a delegada Raquel Schneider, apurou-se que um montante significativo em termos de valores foi desviado. “Temos provas de desvios em que eram apresentadas notas frias de carnes e que, em dois anos, o valor total chegou a R$ 400 mil, além de mão de obra não prestada na associação, que também teve valor bastante elevado, com notas de R$ 30 mil e R$ 40 mil de serviços que não foram efetuados”, comentou.
De acordo com a delegada, as próprias pessoas que forneceram as notas frias revelaram à Polícia Civil como o esquema funcionava. “Elas forneciam essas notas e o valor era depositado para elas, e depois transferido como Pix para a construtora”, explicou.
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Conforme Raquel, entre as informações apuradas nos depoimentos está que o presidente afastado da Asan, Wilson Pessoa da Silveira, 69 anos, desviava mantimentos da entidade para serem destinados ao acampamento ocupado por manifestantes em frente ao quartel, que funcionou entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, após as eleições presidenciais.
Também chamou a atenção dos agentes uma abordagem feita pelo próprio Cartório do Idoso da Polícia Civil, meses antes de a investigação se desenrolar.“Nesse caso, foi informado que não poderiam deixar a nossa equipe sozinha com ninguém. Existia uma vigilância, um controle dos funcionários. Eles viveram sob pressão e agora estão precisando de auxílio. A Asan já está com nova diretoria, desenvolvendo um novo trabalho, porque os idosos precisam dessa continuidade”, salientou a delegada.
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“Nós observamos que o semblante dos idosos está mais leve, e eles precisam se reerguer. Os funcionários nos disseram que agora está bom de trabalhar. Há um mês, as contas estavam negativas, e hoje estão positivas. Para nós é gratificante poder dar continuidade nesse trabalho. Vamos prosseguir com o inquérito e partir para uma análise mais profunda dos documentos e depoimentos”, finalizou Raquel Schneider.
Assim como os outros seis investigados, Adriane Ines Fritzen, assistente administrativa afastada nessa segunda-feira, não pode mais atuar na sede da Asan. Após ser comunicada de seu afastamento, ela foi liberada para ir para casa. Em depoimento formal à delegada Raquel, afirmou que não sabia do esquema e disse que não ganhou nada. A Gazeta do Sul não conseguiu localizar a defesa da investigada. O espaço permanece aberto para manifestação.
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