É impressionante a quantidade de conteúdos produzidos sobre ”chegar aos 60 anos”. É difícil encontrar jornal ou revista, em papel ou meio digital, que não trate do tema de forma reiterada. Aos 62 anos tento me acostumar à montanha-russa de sentimentos desta seara da vida. A cada dia são surpresas que, cá entre nós, nem sempre são agradáveis.
Normalmente acordo cheio de ideias que, no final do dia, estão todas riscadas na agenda. Isso significa que foram realizadas. Explico: uso essa agenda para anotar projetos, sugestões de leituras, tarefas, contas a pagar. Por vezes há frustração diante da finitude da vida para concretizar projetos.
Alguns episódios são capazes de levantar o astral e se contrapõe à tristeza de nem sempre cumprir as metas estabelecidas. No último sábado participei de uma iniciativa beneficente que reuniu centenas de artistas gaúchos, de Porto Alegre e do interior do Estado. Eram músicos, cantores, pintores, produtores musicais, jornalistas, radialistas ou apenas gente que queria ajuda. Foram organizados dois dias de shows em quatro casas de espetáculo bastante conhecidas de Porto Alegre.
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A mobilização objetivou auxiliar no custeio do tratamento do jornalista Paulo Moreira, acometido de uma grave doença. Forjei com ele uma grande amizade – coisa comum quando se tratava dele – à época que trabalhei na Zero Hora. Ele atuava na Rádio Gaúcha, como produtor e “piloto de microfone”.
Nos corredores ou no bar da redação ele era do tipo que sempre estava rodeado de gente que, notei no sábado, se tornaram seus fãs. Generoso, gozador e solidário, virou “arroz de festa” em todas as confraternizações.
Paulo Moreira manteve por muitos anos um programa de rádio onde o destaque era o grande espaço que concedia a jovens talentos, de Porto Alegre e do interior. Ele não se contentava em apenas rodar as músicas inéditas, mas levava os novatos ao estúdio onde batia longos papos. Não bastasse isso, Paulinho conseguia espaço para que os artistas-revelação se exibissem em casas de show e ainda buscava oportunidades para gravar um disco ou CD.
Sábado à tarde estive no Gravador Pub. Um bar pequeno e acolhedor. Cheguei com meu amigo Telmo Francisco de Queiroz, também jornalista, por volta das 14 horas e saímos lá pelas 21 horas. Duas características marcaram a homenagem no bar que estava repleto de gente: a variedade de talentos artísticos e a comoção dos amigos de Paulo Moreira.
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Voltei para casa com “a alma lavada e enxaguada” diante de tanto carinho e solidariedade de um enorme grupo de pessoas que se cotizou em torno de uma causa humanitária. Revi amigos de décadas, entre eles, dois ex-estagiários que trabalhavam no evento. Neste fim de semana, valeu muito a pena ser sessentão!
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