Esta semana, vi uma imagem que representava 2020 como um ano zerado. Já escrevi sobre o cancelamento do ano, e sobre os sinais que mostravam que talvez não fosse possível voltar ao “normal” ou sair do isolamento tão cedo.
Com a curva da pandemia em alta e o Brasil com uma performance ruim frente a este evento, a tão esperada vacina foi enfim anunciada para o final deste ano, o que nos mostra que quase tudo ficará suspenso até 2021.
Muito se discutiu sobre a retomada e lugares que o fizeram de forma precipitada experimentaram o aumento de casos em até cinco vezes, como ocorreu em São Paulo.
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Esta semana, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) falou sabiamente que o vírus explora a distração, o relaxamento, a falta de disciplina e de governança, e as vulnerabilidades da população. Ainda é tempo de vigilância.
O ano de 2020 ficará registrado como a era em que a Covid-19 nos fez encarar nossa dura realidade, mostrando a extrema fragilidade do nosso mundo, da ciência e da raça humana no planeta azul. Fomos subjugados pelo universo, que nos deu sinais claros de que há mais entre o céu e a Terra do que o que nos contaram na escola.
Todos os assuntos emergiram em uma única onda e nos puseram em módulo de “pausa” e reflexão profunda: ou mudamos ou nosso mundo nos expurgará.
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Muitas empresas deixarão de existir, muitos profissionais terão que se reinventar, e esta já é uma dura realidade nas grandes metrópoles. Governos, empresas e sociedade precisam se unir e reagir à disrupção global do mundo: não há caminho de volta, chegamos ao limite de tudo e recomeçar será necessário. O mundo se tornou um lugar intolerante à falta de ética e de retidão moral.
Empresas que não compreenderem a importância da sigla ESG (Environment, Social and Governance), deixarão de existir em curto espaço de tempo. Instituições cujo propósito não seja servir a sociedade, para muito além da geração de empregos e a movimentação da economia, serão dispensadas rapidamente.
Profissionais sem fluência digital e capacidade para navegar no novo mundo, dificilmente terão espaço no mercado de trabalho pós-digital, e países que não abraçarem os desafios globais de sustentabilidade em parceria com as iniciativas do planeta, ficarão cada vez mais atrasados no ranking de desenvolvimento do mundo.
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Muitos já despertaram. Saíram do lamento e decidiram fazer deste um ano especial, de revisão, adaptação e replanejamento. O mundo pode voltar a seu novo ritmo somente em 2022, já intensamente reciclado. Até lá, a nova rotina exige consciência, paciência, tolerância, criatividade e extrema precaução. Nossa pressa pode custar nosso futuro.
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