Sob o título “Alexandre, o Grande”, em artigo de 24 de agosto de 2022, já alertava para sinais que indicavam o que estamos vivenciando, desde então.
Lembram de sua gigantesca e pomposa posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)? Vaidade? Arrogância? Ou, pior, seria uma ameaça velada aos cidadãos?
Suas pretensões pessoais e/ou os hipotéticos destinatários do seu discurso, à época, são secundários. Afinal, havia um evidente prenúncio de abusos de poder e de ultrapassagem de competências.
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Ensimesmados, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial o agora plenipotenciário Moraes, não podem agir como censores de pensamentos e opiniões. Não são os senhores da pauta política e da linguagem!
À margem de leis penais e de regras constitucionais, muitas ameaças e práticas do ministro Moraes, por exemplo, e corroboradas pelos demais ministros, são mais danosas ao tal do Estado Democrático de Direito do que os eventuais excessos retóricos e comportamentais de alguns cidadãos.
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Pior. Há algo grave e perturbador quando a reiterada usurpação de competências legais é objeto de elogios, entre simpatizantes seduzidos e estratégicos interesseiros. Aliás, instrutivo e exemplar para percebermos o quanto nos tornamos uma república de cínicos e hipócritas.
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Ironicamente, quando o ministro Alexandre ameaça, como no seu discurso de posse, ou quando manda prender por crime de pensamento e opinião, sem inquérito prévio e sem processo (às vezes, sem direito à defesa pessoal e patrimonial), faz lembrar o último presidente (1979-1985) da era militar, João Figueiredo (1918-1999), que, na defesa da abertura política, disse: “Quem for contra, eu prendo e arrebento!”.
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Prêmio Nobel de Literatura de 1929, Thomas Mann (1875-1955) ambientou sua obra mais famosa em Davos, na Suíça. É onde reúnem-se, habitualmente, os detentores do grande capital financeiro. E também os líderes políticos, agora motivados pelas pautas ambientais e humanitárias.
Ambos acreditam nos seus poderes de sedução e sensibilização coletiva. Quem sabe balizar os futuros debates e ações mundiais sobre a crise climática e energética, o desemprego e a desigualdade mundial, etc.
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Doce ilusão. A conduta dos megacapitalistas e dos governantes em geral é notória e universal. Quando o pescoço e os anéis estão a perigo, muda a postura e o discurso. Em modo aparente. Esperando a mudança da maré.
Não há montanhas mágicas. Em modo irônico e com o perdão do trocadilho, lembro que a complexa e instigante obra de Thomas Mann se passa num sanatório!
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