Após uma reunião com representantes de entidades ligadas à agricultura para avaliar os danos causados pela estiagem que atinge a região, o prefeito de Vera Cruz, Gilson Becker, decidiu assinar nessa quinta-feira, 19, o decreto de situação de emergência no município por conta dos prejuízos que já somam quase R$ 11 milhões. Culturas como o arroz, soja, milho grão e silagem, além do leite, são as mais afetadas.
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Equipes formadas por representantes da Emater-RS/Ascar, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente e Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) realizaram entre os dias 12 e 18 de janeiro um levantamento para identificar as condições da produção agrícola e pecuária vera-cruzense.
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No caso do arroz, o desenvolvimento normal das lavouras está sendo fortemente afetado pela irrigação inadequada, causada pela falta de água disponível nos principais mananciais (Rio Pardo, Rio Pardinho e Arroio Plumbs). A perda estimada para o cereal é de 25%. No entanto, a quebra tende a se agravar nos próximos dias caso não chova, pois não há volume de água disponível e a fase atual da cultura é considerada crítica.
No caso do milho, há duas situações distintas. Cerca da metade da área, semeada em agosto e no início do mês de setembro, está finalizando a maturação dos grãos para colheita ou já foi colhida para produção de silagem, com perfeito desenvolvimento e alto rendimento.
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A outra parcela, cultivada a partir da metade de setembro, passou por estresses hídricos e está com perdas severas. Já para o cultivo mais tardio, é perceptível que algumas lavouras apresentam perdas. Mas há ainda muitos agricultores que aguardam condições favoráveis de umidade no solo para realizar o plantio de milho.
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O aumento do calor nos últimos dias e a redução das pastagens que secaram também provocam uma baixa na produção de leite e de ganho de peso dos bovinos. Sem a produção de forragem para alimentação animal, os produtores precisam buscar fornecedores de fora, o que acaba gerando custos maiores para a manutenção do rebanho e reduzindo ainda mais a renda das famílias. Além disso, grande parte dos bebedouros e açudes do município não acumulou água em volume suficiente desde a última estiagem.
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Com prejuízo inicial de aproximadamente R$ 49 milhões em consequência da falta de chuvas regulares desde setembro, o município de Arroio do Tigre está em situação de emergência. A assinatura do decreto pelo prefeito Marciano Ravanello ocorreu no início da semana após reunião com representantes da Defesa Civil, extensionistas da Emater/RS-Ascar, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Cotriel.
Desde setembro foram registrados apenas 287 milímetros de chuva em 135 dias, com precipitações mal distribuídas no território do município. A média histórica do período é 705 milímetros. Além disso, houve episódios de granizo em algumas regiões, o que aumentou as perdas na produtividade.
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O relatório desenvolvido pela Emater aponta a perda de 35% da estimativa para a safra de milho grão e de 40% para o milho silagem. Nas lavouras de feijão, o prejuízo é de 40%; na cultura da soja, de 18%, na produção leiteira, de 15%; na piscicultura, a previsão é de uma redução de 15% na produção anual e de 30% nas frutíferas.
A Prefeitura irá encaminhar o decreto e o relatório sobre as perdas ao governo do Estado para análise. A expectativa é pela homologação. Se isso ocorrer, o município poderá receber recursos estaduais e federais para auxiliar os produtores no enfrentamento à estiagem. Além disso, as instituições financeiras poderão apresentar descontos em créditos referentes a financiamento de lavouras.
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O prefeito Marciano Ravanello destaca que a situação agravou-se devido à repetição das irregularidades das precipitações neste novo ano, e assim a produção agropecuária tende a ser menor. “Estamos buscando alternativas para que o impacto financeiro seja abrandado por meio do decreto de emergência devido à estiagem. Com toda certeza, os produtores de nosso município sofrem perdas impactantes. Esperamos a homologação do decreto e o anúncio de medidas por parte do governo estadual”, enfatizou Ravanello.
Até o início da tarde dessa quinta-feira, a Defesa Civil do Estado havia recebido o registro do protocolo de 13 municípios do Vale do Rio Pardo e do Centro-Serra que declararam situação de emergência pela estiagem. São eles: Arroio do Tigre, Barros Cassal, Boqueirão do Leão, Cerro Branco, Estrela Velha, General Câmara, Ibarama, Lagoa Bonita do Sul, Passa Sete, Segredo, Sinimbu, Sobradinho e Venâncio Aires.
A produção de olerícolas e frutas também está sendo afetada pela falta de chuvas. O impacto é mais evidente nas culturas de citros e nogueira-pecã, que, embora sejam de menor relevância econômica para o município, são importantes para a alimentação das famílias. Entre as culturas olerícolas, é preocupante a situação nas propriedades que não dispõem de irrigação e enfrentam problemas com os baixos níveis dos reservatórios.
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O cultivo de soja está um pouco mais atrasado em relação a anos anteriores. Cerca de 15% se encontra em fase de germinação. Quanto ao restante, metade está em desenvolvimento vegetativo e a outra parte já em floração. De forma geral, a estiagem prejudica o desenvolvimento das plantas em toda a extensão do município. Nas lavouras que não receberam nenhuma ocorrência de chuva, sobretudo nas que ficam em solos mais arenosos, os prejuízos já ultrapassam 50% da produção estimada.
A administração municipal de Sinimbu iniciou novamente a campanha sobre o uso consciente da água. O setor responsável pelo abastecimento informou que até agora as fontes e poços artesianos estão conseguindo suprir a demanda. Porém, a situação pode se agravar se não houver chuvas regulares em breve. A orientação é para que os moradores evitem gastos desnecessários no dia a dia.
Equipes da Prefeitura de Venâncio Aires intensificam as ações de fiscalização quanto ao consumo de água. Um decreto com esse objetivo está em vigor desde a última semana e pode acarretar multa de R$ 658,00 para pessoas físicas e R$ 6.580,00 nos casos de uso comercial, agrícola ou industrial.
Para isso, foi definido o WhatsApp (51) 93505 7229, no qual podem ser feitos encaminhamentos de denúncias do uso irregular de água no município. O secretário de Meio Ambiente, Nilson Lehmen, informou que as denúncias poderão ser enviadas em qualquer dia e horário.
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“Para que não falte água para uso prioritário, como o consumo humano e de animais, é fundamental que haja a colaboração de todos. O decreto se estende tanto aos usuários de rede pública quanto de mananciais hídricos”, explicou, lembrando a importância do consumo consciente.
Lavagem de veículos automotores de qualquer espécie. A medida não é válida para postos de lavagem, em que essa é a única atividade econômica, higienização de veículos dos serviços de saúde, de transporte de passageiros e para cumprimento de protocolos sanitários.
Irrigação de gramados, hortas, jardins e floreiras, bem como qualquer outro uso considerado não prioritário. Reposição parcial ou total ou troca de água de piscinas de entidades, associações ou residências. Lavagem de calçadas e telhados de prédios comerciais, industriais ou residenciais.
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