A paisagem urbana de Santa Cruz do Sul vai contar com novas áreas de lazer e convivência. Chamadas de parklets, as estruturas consistem em uma extensão da calçadas, semelhantes a deques ou, ainda, pequenos parques para o convívio entre as pessoas nas vias urbanas. A estrutura ocupa uma ou mais vagas de estacionamento.
A medida é adotada em cidades de todo o mundo e visa à valorização do espaço urbano ocupado pelos cidadãos. O anúncio da novidade foi feito com exclusividade pelo secretário Municipal de Comunicação, Regis de Oliveira Junior, em entrevista para a Rádio Gazeta na manhã desta quarta-feira, 26. Uma licitação vai ser lançada nesta sexta-feira para dar andamento ao projeto.
“Neste espaço tem bancos, floreiras, iluminação, e inclusive tomadas para que as pessoas possam carregar seus equipamentos eletrônicos. É um espaço da rua, que é ocupado por carros e que agora passa a ser ocupado por parklets, dando um ar mais moderno e bonito para a cidade”, comentou o secretário em entrevista à Rádio Gazeta.
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Poderão participar do primeiro chamamento, comerciantes estabelecidos na Rua Borges de Medeiros, via conhecida por ser um importante roteiro gastronômico do município. Seguindo as diretrizes técnicas e construtivas descritas no edital, os interessados poderão construir a estrutura em frente ao seu estabelecimento.
A possibilidade de instalação, neste primeiro momento, é no trecho entre a Rua Carlos Trein Filho e a Rua Thomaz Flores. Como contrapartida, o estabelecimento deverá construir outro parklet em um espaço público determinado pela Administração Municipal, mas poderá usar o espaço para propaganda do negócio. Assim, garante-se investimento em diversos pontos da cidade.
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A expectativa é de que pelo menos quatro estruturas sejam implantadas inicialmente. Para um futuro próximo também existe a projeção de áreas como esta no centro das principais praças de Santa Cruz do Sul: Siegfried Heuser, da Bandeira e Getúlio Vargas. Nesses locais, as estruturas serão construídas em módulos de 12,50 metros, em madeira.
Junto ao parklet deve constar, ainda, uma placa informando que o espaço é público e, portanto, acessível a qualquer pessoa. Mesmo que o parklet esteja em frente a um estabelecimento comercial, como bar ou restaurante, não poderá haver cobrança de taxas, couvert ou qualquer outra forma de pagamento pelo usuário.
“A ideia é justamente oferecer espaços de convívio para a população, locais para que as pessoas possam sentar, conversar, tomar um mate, ler um jornal, enfim aproveitar a paisagem urbana que é tão bonita em nossa cidade”, disse o secretário municipal de Comunicação, Régis de Oliveira Júnior.
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Segundo a Prefeitura, o parklet deve ser de fácil manutenção, baixo impacto ambiental e sustentável, preferencialmente construído em madeira ou aço e sem cobertura. A área construída deve ser de, no máximo, 25 metros quadrados, variando conforme o tipo de vaga de estacionamento ocupada, se paralela ou oblíqua. Outro aspecto importante a ser observado é que a estrutura deve ser de fácil remoção, para os casos de emergência ou necessidade de obras na rua.
Estacionamento
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Já antevendo a polêmica que possa surgir em virtude da supressão de algumas vagas de estacionamento, a arquiteta responsável pelo projeto, Kariane Pacheco, é categórica. “O urbano tem que priorizar as pessoas, o convívio entre os cidadãos e não os carros. Essa é uma mudança de mentalidade que precisa ser construída aos poucos. As pessoas sentirão, com certeza, os benefícios de uma cidade mais humana”, disse.
Curiosidade
O termo “parklet” foi usado pela primeira vez em 2005, em São Francisco, nos EUA. Na época, transformou-se um espaço de estacionamento em um miniparque temporário. O evento foi chamado de Park(ing) Day. Do jogo de palavras em inglês – parking e park – surgiu o termo parklet. A iniciativa foi um sucesso e até hoje o objetivo é o mesmo em todo o mundo: debater através de ações práticas as cidades que priorizam as pessoas, o uso do espaço público e a qualidade de vida.
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A partir de 2010, São Francisco regulamentou a implantação dessas estruturas e em 2011, mais de 50 unidades já haviam sido instaladas na cidade. No Brasil, São Paulo foi pioneira, introduzindo a ideia em 2012, como parte das comemorações do Dia Mundial Sem Carro. Hoje, cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, Goiânia, Fortaleza, Rio Branco, Sorocaba, Curitiba e Florianópolis contam com esse tipo de equipamento público.
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