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REIVINDICAÇÕES

Prefeitura e Coomcat não entram em consenso sobre futuro da coleta de resíduos em Santa Cruz

Foto: Caroline Garske

Uma reunião entre a Prefeitura de Santa Cruz do Sul e a Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat), realizada na tarde desta quarta-feira, 2, no Salão Nobre do Palacinho, discutiu a mudança na gestão de resíduos do município. O encontro contou com debates e discordâncias entre as partes e, até o momento, nada ficou acordado. A previsão é de que uma nova reunião seja realizada na próxima semana. 

A decisão da Administração Municipal é de fechar a usina municipal, que fica no Bairro Dona Carlota. Segundo a prefeita Helena Hermany, o trabalho no local é desumano. “Eu não fui eleita para permitir que humanos fiquem no meio do lixo. Vamos terminar com o lixão, os vizinhos não aguentam o cheiro. Eu não quero nenhum cidadão santa-cruzense trabalhando naquela situação”, enfatizou Helena.

Atualmente, os catadores atuam em 15 bairros, sendo necessário o trabalho de separação do lixo na esteira da usina de transbordo. O valor pago anualmente pela Prefeitura é de R$ 1,3 milhão, o que seguirá acontecendo, conforme a Prefeitura. A partir do projeto que está sendo elaborado, está garantida a manutenção do contrato da Coomcat para que os catadores sigam atuando nos 15 bairros. O projeto prevê que eles passarão a receber todo o lixo seco dos demais bairros para comercializar, permitindo ampliação da renda.

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De acordo com a chefe do Executivo Municipal, 20 bairros serão incluídos, mas estes terão seus resíduos retirados por uma empresa, que passará por licitação. Ao todo, conforme Helena, a Coomcat poderá trabalhar com cerca de 120 toneladas por mês, o que significa um aumento de recursos, já que a Cooperativa atualmente trabalha com 50 toneladas mensais. “Estamos com uma coleta muito deficitária, não tem como continuar assim”, acrescentou a prefeita. 

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Coomcat alega retrocesso 

A reunião não terminou de forma amigável. Após uma hora do encontro, com discussões sobre a proposta, Helena Hermany se retirou do Salão Nobre. O debate seguiu com o secretário de Governança, Everton Oltramari, mas também não houve acordo. “Não há nenhuma perda de direitos. Nos 15 bairros em que vocês atuam, não haverá prejuízo. Nos outros 20 bairros, o governo estuda outra alternativa, garantindo que vocês permaneçam trabalhando como estão”, afirmou Oltramari aos catadores e recicladores.

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Porém, a Coomcat alega que quer seguir fazendo a coleta seletiva solidária, ou seja, com o serviço prestado pelos catadores cooperados. Eles também dizem que a iniciativa é um retrocesso. Uilian Mendes, um dos coordenadores da Coomcat, afirmou que a Cooperativa quer fazer parte de um grupo de trabalho para ir em busca de soluções.

Mendes também salientou que a Coomcat necessita de investimentos, para conseguir ter mais catadores associados. “Buscamos o reconhecimento e o avanço na cadeia produtiva. Este governo está criando planos para a gestão de resíduos sem dialogar com a sociedade, com as entidades, com os catadores. Vem numa lógica de retrocesso de todos os avanços que os catadores já tiveram no país e quer que simplesmente a cooperativa receba doações de materiais, entregando a prestação de serviço para empresas.”

O coordenador argumentou que a Coomcat entrega propostas ao Poder Público, mas não recebe retorno. “Infelizmente, não conseguimos avançar. Entregamos uma pauta de reivindicações e a gente espera que a Prefeitura consiga avaliar e nos dar uma resposta o mais rápido possível”, completou. 

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Questão ambiental da Usina

A diretora da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Gabriela Ottmann, salientou que toda estação de transbordo precisa ter uma licença ambiental para iniciar as atividades, e a atual usina não atende todos os requisitos para se ter um ambiente correto. “Hoje os resíduos vão diretamente ao solo, provocando certa contaminação. Temos ausência da coleta de chorume, não é feito controle de pragas no local, também há mau cheiro.” 

Para tentar solucionar a questão da contaminação do solo, busca-se um novo espaço para locação. “Isso também vem em resposta aos pedidos do Ministério Público, que nos pede providências. Elaboramos um projeto para locar um espaço que tenha um piso impermeável, cobertura, coleta adequada do chorume e que possua toda estrutura necessária para que a gente venha a atender os requisitos ambientais mínimos”, destacou Gabriela.

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