Os desafios dos novos gestores públicos são grandes em todos os municípios, mas especificamente em um ganham novos patamares. Executivo e Legislativo de Sinimbu – um dos mais atingidos do Estado na catástrofe ambiental do último ano – assumiram o compromisso de recuperar os danos causados. Os políticos terão de vencer as diferenças ideológicas para esse processo de reerguimento, sobretudo porque o prefeito empossado, Wilson Molz (PSB), não conseguiu a maioria na Câmara e não tem nenhum aliado entre os integrantes da Mesa Diretora.
“Já fui presidente, em 2023, sendo oposição, e fizemos um trabalho voltado às pessoas. Agora, temos a difícil meta de tirar o povo desse sofrimento”, disse o presidente da Câmara de Vereadores, Ricardo Dittberner (PL), em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9.
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Adiantou que a Câmara é um poder independente, mas os bons projetos terão seguimento na Casa, em especial, para recuperar o tempo de recuperação. “São quase nove meses e pouco foi feito”, disse, referindo-se ao período em que ocorreu o fenômeno natural. Os vereadores, confirmou, devem continuar o trabalho com austeridade, garantindo, como nos últimos anos, devolução de recursos ao orçamento municipal. Em 2024 foi mais de R$ 1,28 milhão.
O objetivo é que essa verba seja destinada para reerguer pontes e reformar estradas danificadas. “São as obras mais importantes que o município deve fazer para que Sinimbu volte a crescer. Estamos indo para escoamento de safra e essas pontes são de suma importância.” Dittberner citou a emblemática Ponte Centenária, que é a ligação entre parte do interior e a região central. Enquanto ela dificulta a passagem, os sinimbuenses vão para Boqueirão do Leão e Santa Cruz do Sul fazer suas compras, o que prejudica o comércio local.
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O orçamento deve ser de quase R$ 70 milhões em Sinimbu
A previsão orçamentária para 2025 é de R$ 69.636.500,00. A expectativa do prefeito Wilson Molz (PSB) é de ampliação com o ingresso de recursos federais, por meio do Fundo da Defesa Civil nacional. Afirma, no entanto, que é preciso ter a confirmação para fazer a licitação. Aponta questões como o fornecimento de água, que ainda está prejudicado, com encanamento colocado à margem da rodovia.
Além do abastecimento, o chefe do Executivo acrescenta a necessidade do restabelecimento das pontes pênseis, que foram arrastadas pela água. Conta que o município tem cerca de 90 e a maior parte foi destruída. “Temos que dar tranquilidade para as pessoas transitarem e chegarem em casa”, reforça. O processo é considerado muito lento por Molz. “Todos esperam uma solução rápida, apesar de ela ter sido lenta até agora, porque não iniciaram as obras”, salienta.
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Essa morosidade, em muito, se deve à pouca quantia de recursos destinada pela Defesa Civil nacional. Alguns projetos já estariam prontos e até com licitações feitas, mas não teriam obtido resultado. Um dos projetos em andamento, em parceria com a Japan Tobacco International (JTI), é de recuperação da Ponte Centenária. A expectativa, quando da assinatura da parceria público-privada, era de conclusão em seis meses.
Sobre a relação com o Legislativo, Molz recorda que nunca teve maioria em outras ocasiões. “Quero ter um diálogo franco. Preciso do aval da Câmara e da comunidade. Tenho certeza de que os vereadores vão trabalhar juntos.” Ele comemora a austeridade no Legislativo, com devolução anual de recursos. “Esse valor vai ser empregado na recuperação de pontes e estradas”, garante.
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