No Brasil, mais de 33 milhões de pessoas vivem em situação de fome, segundo dados coletados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), e divulgados pela própria Agência Brasil, a agência oficial do governo federal. Na Região Sul, os índices de fome são inferiores aos do resto do país e, graças a iniciativas como a da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, a fome é um inimigo controlado. Nesta quinta-feira, 27, a Administração Municipal comemorou 150 mil refeições entregues para pessoas em situação de vulnerabilidade econômica no município desde o início deste ano.

Um privilégio de poucos municípios do país, já que estudos mostram que quatro em cada dez famílias no Brasil convivem com a insegurança alimentar, ou seja, não têm acesso permanente a uma alimentação de qualidade. Para a pensionista Teresinha Beatriz Gabe, de 71 anos, que almoçou um belo prato de feijoada na cozinha comunitária do Bairro Santa Vitória nesta quinta, a refeição servida diariamente significa a garantia da alimentação dela e de mais três filhos.

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A família mora no Loteamento Viver Bem. Quando não pode estar no restaurante, o filho, Edson, vai até o local buscar o almoço. Teresinha conta que, sem o auxílio do município, não teria como ajudar os filhos.
“Aí ficaria difícil, tá tudo muito caro. Tu vai no mercado e não compra nada, é só o de maior necessidade e não dá. Tu paga água, luz e não sobra nada”, conta Teresinha, que já utiliza o serviço da Prefeitura há três anos.

A prefeita Helena Hermany destacou que o número de 150 mil refeições distribuidas para pessoas cadastradas nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) entre os meses de janeiro e outubro é um dado expressivo. A média é de 15 mil refeições por mês, 800 pratos de comida diários. “É o maior restaurante que temos aqui em Santa Cruz. E é uma comida balanceada, feita com muita dedicação, amor e responsabilidade. Não estamos dando só um prato de comida, estamos distribuindo saúde. A refeição é acompanhada por nutricionistas e contém todos os elementos que a pessoa precisa ingerir no dia. Estamos muito felizes. Este projeto começou lá nos anos 1990 quando eu era primeira-dama, com o Sopão Fraterno, e foi evoluindo”, destacou a prefeita, que almoçou a feijoada servida no Bairro Santa Vitória junto com alguns dos atendidos diariamente pelo serviço.

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Muito amor envolvido

Funcionária da Prefeitura há 18 anos, desde 2020 a cozinheira Juliana Cristine Lopes trabalha na cozinha comunitária do Santa Vitória. O local é uma das cinco cozinhas comunitárias que o Município mantém. As outras quatro estão localizadas nos bairros Bom Jesus, Faxinal Menino Deus, Margarida e Imigrante. A prefeitura ainda tem outros três centros de distribuição de refeições, que atendem os bairros Progresso, e Loteamentos Mãe de Deus e Beckenkamp.

Juliana fez questão de ressaltar que a alimentação que os moradores da comunidade recebem é de muita qualidade, feita sob orientação de um time de nutricionistas. Mas o principal para ela é o sentimento que fica ao ajudar as pessoas e participar de um serviço de qualidade e de importância para a sociedade. “Não adianta botar o produto na panela se tu não tem aquele carinho, como se tu mesmo fosse comer. Tem que saber aproveitar os ingredientes, e o mais precioso é o amor. Tu vê a alegria deles saindo daqui satisfeitos, e é bem servida a alimentação. Conheço todos por nome, aonde moram, sei da vida pessoal deles”, conta a servidora, que junto com outras quatro cozinheiras e um cozinheiro, auxiliam diariamente um grande número de pessoas a garantir a nutrição necessária para o dia a dia.

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