Apesar das recentes movimentações do Ministério da Saúde e também de alguns Estados, de forma independente, para adquirir doses das vacinas contra a Covid-19, ainda não há um planejamento definido sobre qual será a vacina disponibilizada no Rio Grande do Sul e nem como será feita a aplicação. Após reunião com o ministro Eduardo Pazuello nessa semana, o governador Eduardo Leite (PSDB) se disse confiante na coordenação do ministério para adquirir e distribuir essas doses sem que haja a necessidade de uma disputa entre os Estados.

“Temos confiança de que o Ministério da Saúde irá liderar esse programa, e isso é o correto, a considerar a tradição do Programa Nacional de Imunizações, um patrimônio do Brasil. Não faz sentido abrir disputa entre os Estados. No entanto, tenho responsabilidade com o povo gaúcho, com 11,5 milhões de pessoas, e não fugiremos dela”, afirmou Leite. Ainda assim, o Piratini encaminhou ao Instituto Butantan, de São Paulo, um documento no qual manifesta o interesse pelas vacinas que serão produzidas em parceria com a farmacêutica Sinovac.

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Em relação ao planejamento para realizar a imunização, o governador destacou a necessidade de o governo federal tornar clara a comunicação, de forma a tranquilizar a população e orientar os Estados. “É evidente que todos estão com a expectativa de que o Ministério da Saúde possa, o mais breve possível, comunicar qual será o cronograma de distribuição. Esperamos que nos digam exatamente quantas doses teremos à disposição para podermos organizar, no Estado, a distribuição desses insumos para que cheguem na ponta”, completou Leite.

Dessa forma, tanto em Santa Cruz do Sul como no Vale do Rio Pardo ainda não há cronograma definido para a vacinação, considerando que a Prefeitura e a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde dependem das diretrizes estaduais para proceder com a organização. E até o momento, nenhuma instrução foi repassada pelo Piratini.

Em recente pronunciamento, o prefeito Telmo Kirst (PSD) anunciou que deixará de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões em caixa para a próxima gestão, dinheiro que pode ser utilizado para a logística que envolverá a campanha de vacinação contra a Covid-19 e até mesmo a compra de doses, se necessário. Além disso, a Prefeitura licitou a compra de 15 câmaras de conservação de imunobiológicos, que devem ser entregues em 2021 e custaram R$ 200 mil aos cofres do Município.

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DISCUSSÃO POLÍTICA

Após assembleia da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e do Cisvale, Cássio Nunes Soares criticou o rumo que o tema tem tomado nos últimos dias. “Minha posição é clara: novamente estão transformando um assunto técnico em discussão política, o que é muito prejudicial. Vamos aguardar a organização e as orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde do Estado. Uma vez a vacina tendo a certificação da Anvisa, não importa onde ela for produzida – americana, russa, chinesa ou até brasileira. Nós estaremos engajados no processo de imunização da região. Vamos seguir com cautela, responsabilidade, organização, bom senso e unidade entre os prefeitos”, afirmou.

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