A crise financeira enfrentada pelo Hospital São João Evangelista – Unidade 2, que vem pagando com atraso seus 47 funcionários há quase um ano, vem causando aflição na comunidade regional, pois a casa de saúde atende pacientes de diversos municípios do Centro Serra. A crise foi evidenciada após o protesto dos trabalhadores, ocorrido na última quarta-feira, 12.
Preocupado, o prefeito de Sobradinho Maninho Trevisan anunciou na manhã desta sexta-feira, 14, que o Executivo irá auxiliar financeiramente o hospital. Durante seu discurso na abertura do Galpão Campeiro, ele salientou a importância da unidade e diz que, em caso de fechamento, dificilmente conseguiria abrir as portas novamente.
Com isso, Maninho também confirmou que o Natal das Estrelas 2018, evento que reúne atividades natalinas no mês de dezembro, será mais enxuto para que sejam destinados recursos para o hospital. A programação já está sendo elaborada, mas o objetivo do Executivo é buscar verba junto ao comércio local para enfeitar a Praça 3 de Dezembro.
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“Não há recursos suficientes para pagar antes”, alerta administrador
Tão logo iniciou o protesto da última quarta, um dos primeiros a chegar no Hospital São João Evangelista para cumprir expediente foi Alex Schaefer, que está respondendo pela administração da casa de saúde. Ele conversou com a reportagem da Gazeta da Serra e foi simples e direto quando questionado sobre o motivo de mais uma atraso no pagamento dos salários. “Não há recursos suficientes para pagar antes do dia 25”, explicou.
Schaefer disse ter tomado conhecimento do protesto na última semana através de um ofício encaminhado pelo sindicato e diz entender o sentimento dos funcionários, pois também é um empregado do hospital. Segundo ele, o atraso ocorre principalmente pelo fato de que os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), que é feito através do governo estadual, é feito somente a partir do dia 20. “Depois, a Prefeitura de Sobradinho adianta a sua parte do pagamento de serviços do plantão. Aí conseguimos quitar só a partir do dia 25”, disse.
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Além de Sobradinho, as prefeituras de Lagoa Bonita do Sul, Ibarama e Segredo também possuem contrato com o HSJE para atendimento no pronto-atendimento. Os recursos, somados aos repasses do SUS e dos planos privados, entretanto, não são suficientes para garantir a estabilidade financeira. Schaefer diz que a folha de pagamento está acima dos padrões que o hospital pode manter. Soma-se isso aos fornecedores, que também são pagos com atraso.