Santa Cruz do Sul

Prefeita faz apelo à população: “não tinha passado por isso ainda”

Diversos danos foram registrados em diferentes pontos de Santa Cruz do Sul devido às chuvas que acometem a região desde essa segunda-feira, 29. Entre as situações, uma das mais preocupantes ocorre no Bairro Várzea, às margens do Rio Pardinho, que ficou alagado em diversos pontos, inclusive na Rua Irmão Emílio, que corta a localidade.

Famílias já foram resgatadas do local e levadas ao Parque da Oktoberfest, onde está sendo feito um ambulatório para o atendimento. Outras foram alocadas na Casa de Passagem do município e no Albergue Municipal. No entanto, a prefeita Helena Hermany, em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, revela que ainda há famílias do Várzea que não querem deixar suas residências. “Nossa maior preocupação é as pessoas que não querem sair de casa”, declara.

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Segundo a gestora municipal, o apelo para que as pessoas deixassem suas casas vem desde essa segunda-feira, 29. Ela explica que o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, José Joaquim Dias Barbosa, ao longo da noite já estava passando pelas ruas com sirene pedindo para que as pessoas se dirigissem à Emef Guido Herberts para se abrigarem temporariamente. Agora, com a água subindo, o apelo é que as pessoas que possuem barcos se desloquem ao Bairro Várzea para ajudar na remoção das famílias afetadas. Helena revela que um barco do Corpo de Bombeiros Militar também auxilia nos trabalhos.

“Tem pessoas que as vezes não acreditam, mas eu digo: a gente traz as pessoas, acomoda as pessoas, faz com que elas tenham o mínimo de conforto, mas isso não é nada perto da preocupação de ficar alguém ilhado. Isso é um desespero que a gente tá passando. Se tiver uma pessoa que não conseguir sair, isso seria uma tragédia para Santa Cruz”, alega a prefeita. Segundo relatos, já há uma família ilhada na Rua Terezinha Spengler.

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Reforços

Segundo Helena Hermany, devido à dificuldade dos órgãos instalados em Santa Cruz do Sul atenderem toda a demanda no município, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado já foram acionados para o auxílio.

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Situação de emergência

Danos como deslizamentos de terra foram registrados em pontos do município, como na BR-471 e na Avenida Melvin Jones. Esta última teve o trânsito bloqueado. O fluxo de veículos também foi interditado no Acesso Grasel, devido à queda de galhos. No interior do município, houve quedas de pontes em alguns pontos, revela a prefeita. Na Emef Rio Branco, no distrito de Saraiva, a água já chegava à metade do prédio.

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Nessa segunda-feira, 29, já foi decretada a situação de emergência no município, após danos causados pelo granizo na tarde do sábado, 27, o que destelhou mais de 700 casas, especialmente nos bairros Belvedere e João Alves. As lonas já foram colocadas, mas as telhas ainda não, visto que as chuvas não cessaram. Com as enchentes, Helena Hermany explica que o decreto de emergência poderá ser aumentado, incluindo também a nova situação.

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Ajuda

A prefeita orienta que pessoas que precisarem de ajuda podem se dirigir à Secretaria de Desenvolvimento Social para que possam encaminhar auxílio. Segundo a gestora municipal, as pessoas já estão sendo levadas para lugares seguros, onde é fornecida alimentação. No entanto, o estoque está defasado, visto que muitos itens foram doados à região do Vale do Taquari após as enchentes do ano passado.

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Neste momento, o maior apelo do Executivo municipal é de que pessoas que possuam barcos se desloquem ao Bairro Várzea para resgatarem as pessoas que possam ter ficado ilhadas. “Casa, estrada, a gente consegue arrumar de novo. A gente quer tirar as pessoas que estão no meio da água”, declara.

Já em relação às doações, o apelo da prefeita é de que a prioridade seja para cobertores, travesseiros, roupa de cama, toalhas, itens de higiene pessoal, escovas de dente, pastas de dente e roupas. A comida será fornecida por meio das cozinhas comunitárias. Doações devem ser levadas ao Ginásio Poliesportivo.

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Alagamentos

Para além do Bairro Várzea, localizado às margens do Rio Pardinho, outros pontos da cidade podem ter alagamentos. Na esquina das ruas São José e Coronel Oscar Jost, no Bairro Avenida, a sanga que passa pelo local está quase transbordando. Não se descarta a possibilidade de que outros locais sejam atingidos.

A prefeita menciona a chamada Rua das Carrocinhas, que era um ponto crítico para alagamentos, mas que as pessoas que lá residiam foram realocadas. Segundo Helena Hermany, um projeto tramita junto ao Governo Federal prevendo investimentos na ordem de R$ 160 milhões para resolver o problema de alagamentos na parte mais baixa da cidade. “Toda aquela região ali é suscetível a esse tipo de problema. Para se resolver isso, só um grande projeto, que estude toda essa região e tome medidas. Seria um marco na história de Santa Cruz resolver esse problema”, declara.

Colaborou Ronaldo Falkenback

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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